Características da constelação:
Como constelação, Hidra sinuosamente movimenta-se para baixo do hemisfério Norte, fazendo fronteira com Caranguejo, até Centauro, no hemisfério Sul, estendendo-se por cerca de 100 graus. A um ponto o seu corpo é cortado por outra constelação (a ponta de Taça a Sudoeste). Embora a constelação seja melhor vista em Março e Abril, a sua mais brilhante estrela, alpha Hydrae, passa o trânsito a 12 de Fevereiro. Lentamente nos próximos meses Hidra desliza nos céus cada vez mais cedo. Para encontrar Hidra, localize Régulo (alpha Leonis). Agora desça 20º, passando pela constelação do Sextante. A estrela brilhante a Oeste é Alphard (alpha Hydrae). Encontrou o "coração" de Hidra. Para encontrar a sua "cabeça", procure o grupo compacto de estrelas a Noroeste. É fácil de ser ver a olho nu, ou com binóculos. Estas estrelas não estão tão a norte como Régulo. A cauda deste monstro estica-se para Este, até passando Espiga (alpha Virginis). Tem que esperar até de madrugada para ver estas estrelas, ou então na Primavera, quando aparecem a horas mais decentes. Existem certos objectos de céu profundo interessantes, incluindo dois objectos de Messier, e alguns bons binários. No geral, as estrelas de Hidra são de brilho médio, excepto Alphard (alpha Hydrae). Alphard é uma gigante brilhante, com cerca de 25 vezes o diâmetro do Sol. A sua distância é de 89 anos-luz, e tem uma luminosidade de 95 Sóis. Os Árabes chamavam-lhe "Al Fard al Shuja" (A Solitária na Serpente). Mais tarde Tycho Brahe chamou-lhe "Cor Hydrae" (O Coração de Hidra). Beta Hydrae é a estrela mais a Sul de maior importância. É muito ténue para o seu nome, e contém um binário visual.
História da constelação:
Como algumas outras constelações, a Hidra relaciona-se com a história dos trabalhos de Héracles. Desta vez é o Segundo Trabalho de Héracles. Tendo morto o Leão de Nemeia, a envolver-se na sua pele protectora, Héracles partiu em busca da Hidra. Era um monstro tipo-cão com muitas cabeças. Alguns dizem que tinha sete, outros cinquenta. Euripides, com um exagero característico, deu-lhe 10 mil cabeças. Uma destas cabeças era imortal, o que queria dizer que este monstro era imortal. O seu hálito era mortífero. Com a ajuda de Atenas, Héracles localiza o covil do monstro e depressa se envolvem numa luta de vida ou morte. Héracles corta uma das cabeças do monstro, e logo crescem duas no seu lugar. Héracles então pede ajuda ao seu cocheiro Iolaus. Iolaus dá fogo ao bosque vizinho que cauteriza as feridas do monstro. Como o fluxo de sangue pára, as cabeças da Hidra param de se multiplicar. Finalmente Héracles corta a cabeça imortal e a mesma, já cortada, ainda luta furiosamente. Então o herói dá-lhe com uma enorme pedra. Corta o resta do corpo da Hidra, e mergulha as suas setas na bílis do monstro, que era venenosa. Ao mínimo toque destas flechas, era morte imediata. Embora qualquer pessoa seria tentada a dizer "Bom trabalho", Eurystheus (a pessoa que tinha ordenado a Héracles estes trabalhos) não estava satisfeito. Héracles tinha feito batota, dizia, pois tinha necessitado da ajuda de Iolaus. Pode pensar porque é que Héracles foi forçado a fazer estes trabalho todos. Antes dele próprio ou do seu gémeo ter nascido, Hera decidiu que Eurystheus é que se tornaria rei de Miceneia em vez de Héracles. Então adiantou o seu nascimento; Eurystheus nasceu dois meses antes do previsto. E Héracles, sendo o mais novo dos dois, tornou-se subordinado de Eurystheus. Como nasceu prematuro, este rei era fraco e receoso. Ordenou Héracles fazer doze trabalhos em doze anos em ordem a obrigá-lo a fica afastado do seu próprio reinado, com medo que Héracles ficasse no trono. Eventualmente foi morto ou pelo filho de Héracles (Hyllus) ou pelo seu cocheiro, Iolaus.
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