Sunday, March 18, 2007

85.Vela


Características da constelação:

Tal como mencionado em “Quilha”, Jasão e os Argonautas navegaram a bordo do Argo Navis em ordem a capturar o Tosão Dourado. A constelação que comemorou esta aventura está agora partida em três: a Quilha, a Popa, e a Vela. As estrelas que constituem a vela estão dispersas. Alguns mapas estelares adicionam mais umas quantas estrelas em ordem a fazer a vela maior. Por vezes os observadores associam as estrelas da parte de baixo, kappa Velorum e delta Velorum, com iota Carinae e epsilon Carinae, e pensam que estão a ver o Cruzeiro do Sul. O verdadeiro Cruzeiro do Sul encontra-se na constelação vizinha de “Crux”; esta cruz partilhada por Vela e Quilha tem o nome de Falsa Cruz. Embora Vela não seja uma constelação nada especial, tem um número de bons objectos, incluíndo a estrela Wolf-Rayer mais brilhante, um pulsar óptico, e uma variável pulsante que é o protótipo de uma classe de cefeida.

84.Ursa Menor


Características da constelação:

Ursa Menor é uma versão mais pequena e ténue da Ursa Maior, e é o lar da Estrela Polar. A constelação data da Antiguidade, e pensa-se que tenha sido introduzida pelo filósofo grego Thales por volta de 600 AC. Desde que o Homem navega no mar que a Polar tem sido uma guia essencial. No entanto a Estrela Polar não é, como muita gente pensa, constante, mas muda gradualmente em cada alguns milhares de anos. O eixo da Terra move-se muito lentamente, completando um círculo em cada 25 mil e 800 anos. Durante este “ciclo precessional” algumas estrelas tomaram a vez de ser a Polar. A estrela polar actual, alpha Ursae Minoris, estará mais perto do pólo em 2102, altura em que estará a 27’31” do Pólo Norte. No entanto, beta UMi (Kochab), a estrela mais brilhante da constelação, está às vezes mais próxima do pólo que alpha, tal como era há 3000 anos atrás. A estrela polar mais brilhante é Vega (alpha Lyrae), que irá assumir a sua posição daqui a 12 mil anos. Outra estrela que periodicamente se torna na Polar é Thuban (alpha Draconis), lugar que não toma há 4600 anos, altura da construção das pirâmides do Egipto. Tradicionalmente os astrónomos amadores têm usado a constelação como um guia para testar a claridade do céu nocturno. As estrelas variam entre a 2ª e 5ª magnitudes (e até 6ª); se estas últimas estrelas são visíveis, está uma boa noite para observação. Ursa Menor tem um bom binário e umas quantas variáveis.

83.Ursa Maior



Características da constelação:


Ursa Maior é uma grande constelação, a terceira maior. É mais conhecida pelo “Arado”, certamente o asterismo mais bem conhecido do céu. A constelação oferece um grande número de objectos, alguns bem conhecidos, outros nem tanto, e uma estrela que há uns anos esteve nas notícias por ter pelo menos um planeta “temperado” à volta dela. As estrelas são razoavelmente brilhantes, e muitas dispersas. Embora a constelação seja muito maior do que costumamos ver, ela estende-se mais para Sul, com xi Ursae Majoris (Alula Australis), perto de Leão e Caranguejo. A constelação em si não tem nenhuma forma memorável; apenas alguns conseguem descobrir mesmo a ursa. Sendo assim, apenas a forma do “Arado” é mais conhecido. As estrelas que o formam são 7, e seguem o alfabeto grego, o que faz com que sejam fáceis de memorizar. Além de alpha Ursa Majoris, do arado fazem parte beta, gamma, delta, epsilon, zeta e eta. Este asterismo particular tem também uma grande história, vista em muitas culturas como uma carroça. As sete estrelas não se estão a mover na mesma direcção, e ao fim de muito tempo, o asterismo irá desaparecer. Na realidade, foi há “apenas” 50 mil anos que se discerniu um bonito arado. Alpha UMa (Dubhe: a ursa), é uma gigante amarela, com cerca de 25 vezes o tamanho do Sol, e a 86 anos-luz de distância. É um pequeno binário, discutido aqui abaixo. Beta UMa chama-se Merak (virilha); gamma é Phecda (côxa), e delta é chamada Megrez (base da cauda). Estas três são estrelas idênticas, todas brancas (tipo A), e todas a 100 anos-luz de distância. Quando nos dirigimos para a cauda, encontramos primeiro epsilon Uma, uma variável tipo alpha-CV, e outra estrela branca tipo A. Chamada Alioth (que não tem tradução adequada), esta estrela é uma das mais brilhantes da constelação, embora uma das mais distantes (se formos pela sua paralaxe). As tabelas mostram uma distância de 64 anos-luz. Este número é ainda discutido e pode ser muito pequeno; a paralaxe indica uma distância de 360 anos-luz. Depois vem zeta Ursae Majoris (Mizar). Esta estrela forma um belíssimo binário com Alcor (80 UMa). Encontra-se a 69 anos-luz de acordo com a sua paralaxe, embora algumas autoridades a ponham mais longe (83 anos-luz). Finalmente temos eta Ursae Majoris, também chamada Benetnasch ou Alkaid. É uma estrela azul-esbranquiçada, um pouco mais afastada que as outras, a 95 anos-luz. Omicron Ursae Majoris é também chamada Muscida, que significa focinho, e marca de facto o nariz da ursa. Muscida tem uma ténue companheira (magnitude 15), uma estrela anã. Perto, temos a orelha da ursa, que é um pequeno grupo de estrelas, sigma1, sigma2, e rho. O binário visual sigma2 é discutido abaixo. Xi Ursae Majoris encontra-se para Sul, perfazendo um pé da ursa. Esta não é só um binário interessante, mas também um marco histórico, pois foi o primeiro binário em que a sua órbita foi calculada (em 1828).


História da constelação:

O nome "Grande Ursa" parece datar da Antiguidade, devido às suas latitudes a Norte. Apenas um prodigioso urso poderia viver em tal clima. É curioso que algumas tribos Norte-Americanas (Algonquin, Iroquois, Illinois e Narragansett, possivelmente entre outras) também associaram esta constelação com um urso gigante. Na mitologia grega, Calisto, filha do Rei Lycaon, foi eleita quando ainda era criança, para ser umas das companheiras de Artemis. Artemis era irmã de Apollo, padroeira do nascimento e protectora dos recém-nascidos e mamíferos. A única coisa que prezava acima de todas era a sua castidade; até pediu a Zeus para ter a virgindade eterna, a que ele concordou. Artemis juntou um número de jovens ninfas, a quem reflectiu os seus próprios votos de castidade, e também pediu fidelidade completa destas jovens mulheres (na realidade, raparigas). Uma delas era Calisto. Zeus tinha o hábito de seduzir jovens amas, e eventualmente chegou a Calisto. Quando Artemis descobriu que Calisto estava grávida, vingou-se. Artemis adorava caçar; mas alcançaria a sua vingança na perseguição. Então transformou Calisto numa ursa. (Lembre-se que Artemis é a mesma deusa que apanhou Actaeon a vê-la dar banho. Transformou-o num veado e lançou os seus cães em sua perseguição. Desfizeram-no em bocados) O plano de Artemis era então transformar Calisto numa ursa, perseguida e morta. Mas Zeus teve pena do seu destino, e enviou Calisto para os céus, tendo a forma de ursa. O seu filho Arcas tornar-se-ia no fundador dos Arcádios, antes de se juntar à mãe nos céus como a Ursa Menor.

82.Tucano

Características da constelação:

Tucano é uma constelação cirumpolar do Hemisfério Sul. Tem muito poucas estrelas, a sua maioria sendo de 4ª ou 5ª magnitudes. A constelação é famosa por conter dois objectos de céu profundo: o grande enxame globular conhecido como 47 Tucanae (NGC 104), e a Pequena Nuvem de Magalhães, uma galáxia irregular vista a olho nu (NGC 292). Existem poucas estrelas de importância em Tucano. Alpha Tucanae é uma gigante laranja a 130 anos-luz de distância. Algumas outras estrelas de interesse são sistemas binários.

81.Triângulo Austral

Características da constelação:

O Triângulo Austral, é uma das únicas constelações que tem um asterismo óbvio. Foi introduzida por Johann Bayer em 1603. A meia-dúzia de estrelas que esta constelação contém varia entre 1.9 e 5.9.

80.Triângulo


Características da constelação:

Triângulo encontra-se a Norte de Aquário. Na antiguidade a sua forma distinta de três estrelas era chama Deltoton. Embora tenha um tamanho pequeno, contém um objecto de Messier, uma ténue galáxia espiral vista de face. As estrelas de Triângulo são ainda mais ténue que as de Aquário.

79.Telescópio


Características da constelação:


É uma pena que o mais importante instrumento para os astrónomos tivesse de estar associado com uma porção tão pequena do céu, praticamente sem nenhum interesse telescópico. Lacaille inventou esta constelação no século XVIII. A Este do ferrão de Escorpião encontra-se a ténue constelação de Coroa Austral. A Sul encontra-se Telescópio. As suas estrelas são geralmente de 4ª e 5ª magnitudes.

78.Touro



Características da constelação:


A constelação mostra principalmente os cornos, que são até um bocado longos. O corno à esquerda (a Sul) começa a partir do grupo de estrelas conhecido como as Híades, da qual Adebaran parece ser (erroneamente) um membro. Extende-se de Aldebaran até zeta Tauri, perto da fronteira Este da constelação. O corno da direita situa-se a Oeste das Híades, de delta Tauri até tau Tauri e finalmente até à sua ponta em beta Tauri. O resto do asterismo é desapontante; um corpo e duas pernas. Pode ser o touro a emergir da água, à medida que transporta Europa até Creta. As estrelas de Touro são brilhantes, particularmente o seu “olho”. Esta é Aldebaran (alpha Tauri), uma estrela laranja 40 vezes o tamanho do Sol. Aldebaran é uma estrela velha. Durante biliões de anos queimou hidrogénio até que resta pouco. O seu futuro não será uma explosão de supernova mas uma diminuição do brilho até que se transforma numa anã branca. Seguindo o corno de baixo até à sua ponta encontramos zeta Tauri. Esta é uma estrela-concha. As estrelas-concha são estrela na sua sequência principal que rodam rapidamente, o que faz com que percam matéria numa forma de concha infinita. A maioria das características de Touro encontram-se no centro da constelação e para Oeste. À volta de Aldebaran existe um número de estrelas que dão pelo nome de Híades. Aldebaran não é um membro deste grupo. Não está só mais perto de nós, mas também tem um ângulo de translacção diferente. Aldebaran está movendo-se a um ângulo de 161º, enquanto que as estrelas das Híades estão a 102-109º.


História da constelação:

Estará Touro a atacar Oríon, o Caçador, ou serão Os Chifres do Touro a sua história real? O chifre foi um símbolo de fertilidade e riqueza em muitas culturas durante milhares de anos, e é provavelmente o caso aqui, pois a constelação anunciava o Equinócio de Verão por volta de 4000 AC. A constelação Touro pode também ser alusiva à história grega de Europa e do Touro. Europa era a filha do rei Agenor. Um belo dia de Primavera, acompanhada pelas suas criadas, a princesa Europa foi passear até à costa para apanhar flores. Zeus, que se tinha apaixonado por Europa, agarrou a oportunidade. Transformou-se num magnífico touro branco, e juntou-se à manada do rei Agenor. Europa tinha reparado neste espantoso animal. Europa então enrolou coroas de flores à volta dos seus chifres. Levou-o ao prado, dócil como um carneiro. Então, à medida que se dirigiam até à costa, ela saltou para os seus ombros. De repente, para o seu espanto e medo, o touro saltou para o mar e levou a princesa até Creta. Quando chegaram à costa de Creta, Zeus transformou-se numa águia e “violentou” Europa. Teve três filhos, o primeiro dos quais era Minos. Pensa-se que foi Minos que introduziu o culto do Touro em Creta. Fez com Dédalo construísse um labirinto nas profundezas do seu palácia em Knossus, que se tornou na casa do Minotauro (o filho da mulher de Minos, Pasiphae, e um touro). Sete jovens rapazes e sete amas foram sacrificadas ritualmente ao Minotauro até que Teseu o matou. Minos, na realidade, era o título do antigo governador de Creta, e a história provavelmente conta a sua origem mítica.

77.Sextante


Características da constelação:


Sextante é uma das constelações inventadas por Johannes Hevelius, e publicada postumamente em 1690. Para mais informações sobre Hevelius, ver “Lagarto”. Hevelius usava mais o sextante que o telescópio nas suas observações. Sendo assim, para comemorar este instrumento, criou esta constelação. O asterismo é apenas duas linhas rectas. As suas estrelas são de 3ª e 4ª magnitudes.

76.Serpente


Características da constelação:

Esta é a segunda parte do grupo de Ofiúco-Serpente. A serpente está a ser agarrada por Ofiúco. Sendo assim, a constelação enrola-se à volta de Ofiúco, e está dividida em duas partes: Serpens Caput (a cabeça) e Serpens Cauda (a cauda). A constelação espalha-se por uma região do céu maior que a de Ofiúco, mas tem menos características de interesse. No entanto, existem alguns objectos de Messier e alguns bons binários. Não há nenhum bom asterismo em Serpente, e pode levar algum esforço para ver que estrelas pertencem a esta constelação, e quais a que pertencem a Ofiúco. A estrela mais brilhante , alpha Serpentis, é chamada Unukalhai, o que quer dizer “pescoço da Serpente”. Fica a 67 anos-luz de distância, e é aproximadamente dez vezes maior que o Sol.

75.Escudo


Características da constelação:

Escudo foi inventado pelo astrónomo polaco Johannes Hevelius, e foi colocada no seu catálogo póstumo de 1690, o Prodromus Astronomiae, em conjunto com Cães de Caça, Lagarto, Leão Menor, Lince, Sextante e Vulpécula. Estas novas constelações tornaram-se mais conhecidas depois de terem sido aceites por John Flamsteed no seu catálogo publicado em 1725. O seu nome próprio é Scutum Sobiescianum, o Escudo de Sobieski, pois a constelação presta homenagem a Jan Sobieski. O asterismo, muito ténue, parece-se de facto com um simples escudo. Tem poucas estrelas de interesse, dois objectos de Messier e uma variável sem importância.

História da constelação:

Jan Sobiesky (1629 – 1696) era o filho mais velho de Jakob Sobiesky, de Cracóvia. Era um líder militar brilhante, e em 1665 tinha-se tornado no comandante do exército polaco. A maior ameaça para a Polónia naquela época (mesmo até para a toda a Europa Central) eram os Turcos. Enquanto Sobieski tentava expulsar os Turcos, os enviados do rei Polaco cederam o todo da Ucrância à Túrquia. No entanto Sobieski, vitória após vitória, continuava. Em Novembro de 1673 o rei morreu. Sobieski deixou a linha da frente e apresentou-se como candidato para o trono em Varsóvia (o reinado era uma posição eleita). Em Maio de 1674 tornou-se no Rei Jan III. Sobieski regressou ao seu antigo posto de comandante, e depois de uma luta de quase dez anos, assinou o Tratado de Varsóvia com Leopoldo I. Com este tratado, Sobieski salvou a Europa dos Turcos. Liderando pessoalmente a cavalaria Polaca, a 12 de Setembro de 1683, quebrou o cerco turco em Viena, e libertou a Húngria do jugo dos Turcos. Sete anos mais tarde Hevelius comemorou estes eventos com a inclusão de Scutum Sobiescianum nos céus.

74.Escultor


Características da constelação:

Escultor é uma daquelas obscuras constelações inventadas por Nicolas Louis de Lacaille para encher o céu do Hemisfério Sul. O seu nome completo é “L’Atelier du Sculpteur”. As suas estrelas são geralmente de 4ª e 5ª magnitudes. A constelação tem dois binários com orbitas muito longas, um par de boas estrelas variáveis, e algumas galáxias espirais.

73.Escorpião



Características da constelação:


Escorpião é uma das constelações mais antigas – possivelmente até um dos 6 signos do zodíaco originais. Enquanto o Sol atravessa Escorpião, demora apenas 9 dias a fazê-lo; a maioria do tempo é passada na vizinhança de Ofiúco (que é a única constelação em que o Sol entra e que não faz parte do zodíaco). O asterismo de um gigante “S” foi visto em muitas culturas antigas como um escorpião, possivelmente originário de conquista cultural ou influência. As duas estrelas lambda e upsilon, ambas chamadas “O Ferrão” em Árabe, tradicionalmente formam o ferrão, embora alguns mapas estelares mostram actualmente a vizinha G Scorpii como um deles. A constelação foi anteriormente muito maior, mas a porção Oeste representando as garras foi dada a Balança. É uma das constelações mais brilhantes do conjunto das maiores. Alpha Scorpii é mais conhecida como Antares (“Rival de Marte”). Era uma das quatro estrelas reais dos antigos, em conjunto com Aldebaran, Régulo, e Fomalhaut. Brilha com um vermelho metálico não usual enquanto que a região inteira está banhada por uma nuvem avermelhada, iluminada pela mesma estrela. Esta gigante supervermelha tem um binário visual que risca o visível, dependendo das condições locais de observação e do tamanho do telescópio. Estima-se que a estrela tenha um diâmetro entre 285 e 700 diâmetros solares. Encontra-se a 600 anos-luz. A 1º Oeste (a cerca de metade da distância até sigma Sco) está o brilhante enxame globular M4, enquanto que outro enxame globular, M80, encontra-se a 4 graus Norte-Noroeste de Antares.


História da constelação:

Como foi mencionado em Oríon, Gaia pode ter enviado o Escorpião para matar o famoso caçador, pois tinha jurado livrar a Terra de todos os animais selvagens. Ou então Apollo pode ter contado isto a Gaia, receoso que Oríon tivesse desígnios para com as suas irmãs Artemis.
Em qualquer caso, foi Gaia que enviou o Escorpião para matar Oríon. Mais tarde, este animal perseguiria Oríon através dos céus, mas nunca o conseguiria apanhar, pois o Escorpião foi colocado de tal maneira que quando nascesse no horizonte a Este, Oríon já se teria posto a Oeste.

72.Sagitário



Características da constelação:


Foram os Romanos que deram o nome à constelação de Sagitário (Sagitário deriva do latim “flecha”), embora algumas estrelas tenham nomes árabes que identificam a porção da constelação que representam:
Alpha Sagittarii e chamada Rukbat: (Rukbat al Rami = o joelho do arqueiro), e beta Sgr é Arkab (Tendão).
O arco consiste de três estrelas:
Lambda Sgr: Kaus Borealis = o arco (parte do) Norte
Delta Sgr: Kaus Meridionalois = o arco (parte do) do meio
Epsilon Sgr: Kaus Australis = o arco (parte do) Sul
A ponta da flecha é gamma Sgr (Al Nasl = a ponta)
Enquanto que o asterismo do arco é aparente, é preciso alguma imaginação para ver o semi-homem, semi-monstro a arregaçar o fio. Talvez ajude saber que zeta Sagittarii chama-se Ascella (o cotovelo do arqueiro), enquanto que nu Sgr é Ain al Rami: o olho do arqueiro. As suas estrelas são geralmente de terceira e quarta magnitudes. As estrelas mais brilhantes são epsilon Sgr, enquanto que alpha Sgr é quase de magnitude 4. Na realidade, existem 14 estrelas mais brilhantes que alpha. A constelação tem um número de bons binarios, e alguns objectos de céu profundo soberbos.


História da constelação:

Sagitário tem uma história confusa. Nos tempos antigos o asterismo de três brilhantes estrelas numa linha curva era visto como um arco para alguns, o que levou os escritores Gregos e Romanos a confundir a constelação com Centauro. Como foi dito em Centauro, a constelação (em parte) representa Cheiron, o rei dos Centauros. Sagitário é também um semi-homem, semi-monstro, que se diz que foi posto no céu para guiar os Argonautas nas suas viagens. Outros dizem que a constelação foi inventada pelos Sumérios, que Nergal (o deus supremo da guerra) encontra--se em duas inscrições cuneiformes. No entanto, esta interpretação está aberta ao debate, pois Nergal não está necessariamente ligado a um arco. No épico Gilgamech, Nergal é um dos “sete deuses” a quem sacrificaram uma ovelha e um boi. O seu nome, em Sumério, significa “Deus do Sub-Mundo”. Existem algumas histórias que podem dizer algo mais sobre este deus. Hammurabi, o grande dador da Lei (século XVIII AC) chamava-o “o guerreiro sem rival que levou a vitória” àqueles que resistiram às suas leis. Também era conhecido como o deus das pragas e da destruição. No entanto, considerar Nergal como o protótipo do Arqueiro parece ser “esticar a vara à sardinha”. Por qualquer razão, quando o selectro grupo de doze constelações foi codificado algures no terceiro milénio antes de Cristo, o Arqueiro era um deles.

71.Flecha


Características da constelação:

A Flecha, embora pequena e insignificante, era uma constelação conhecida pelos Gregos. Algumas referências indicam que Sagitário, o Arqueiro, disparou a flecha (aparentemente sem um alvo); outros falam de Cúpido, Hércules e Apolo. O que quer dizer que não existe um mito ligado a Flecha. A constelação tem um número de objectos interessantes, incluíndo alguns sistemas múltiplos e um objecto de Messier. As estrelas do asterismo variam entre 3.5 e 6.5. De notar que a estrela mais brilhante é gamma Sagittae.

70.Retículo #

69. Bússola #

68.Quilha



Características da constelação:


Quilha é o lar de Canopus (alpha Carinae), a segunda estrela mais brilhante do céu. O seu nome pensa-se que vem do piloto da frota de navios do Rei Menelaus. Este era o Rei de Esparta que levou os seus habitantes a lutarem por Helena de Tróia; o prémio era Helena em pessoa, que se tornou a sua rainha. De Canopus, o piloto, diz-se que morreu no Egipto depois da queda de Tróia. Canopus - a estrela - era conhecida na Antiguidade como a Estrela de Osíris e adorada em muitas culturas antigas. Esta era a estrela que Posidonius usou em Alexandria, por volta de 260 AC, pois tornou-se a primeira pessoa a calcular um grau da superfície da Terra. Enquanto que é a estrela mais brilhante do Hemisfério Sul, Canopus não é visível para as pessoas a viver a norte da latitude 30. Sendo assim, a Europa a norte de Lisboa não pode ver a estrela, e na América do Norte a estrela é visível apenas aos que vivem a Sul de uma linha desenhada entre São Francisco e Washington D.C., dependendo da topografia local, é claro. Para os habitantes do Hemisfério Sul, Canopus anuncia o começo do Verão, pois culmina a 27 de Dezembro. Canopus é uma supergigante com cerca de 35 vezes o diâmetro do Sol. Anteriormente ao satélite Hiparco, a distância a Canopus era difícil de calcular, com estimativas entre 160 até 1200 anos-luz. O satélite calculou a distância a 313 anos-luz (96 parsecs). A estrela tem uma luminosidade de mais de 12000. Existem umas poucas estrelas de Bayer, pois esta constelação é apenas parte de uma originalmente muito maior. O objecto mais interessante da constelação é Eta Carinae: uma estrela misteriosa que muda a sua magnitude muito irregularmente, de um -0.8 em 1843 até um ténue 7 em meados de 1870. A sua magnitude visual presente é de 6.21. A magnitude absoluta da estrela tem sido difícil de saber. Se utilizarmos a distância de 2000 parsecs, como algumas autoridades dizem, então chegamos a uma magnitude absoluta de -5.3 (e uma distância de 6500 anos-luz). Por outro lado Burnham diz que é -3.3, a uma distância de 2600 anos-luz. A estrela é considerada, ou uma estrela muito jovem, não estando ainda na sequência principal, ou uma muito antiga, aproximando-se do seu fim. Presentemente a segunda teoria parece mais evidente. Quando finalmente morrer, pode criar uma das maiores supernovas já vistas. Eta Carinae é associada com a Nebulosa do Buraco da Fechadura.


História da constelação:

Quando os gémeos Pollux e Castor partiram com Jasão e os restantes Argonautas, eles viajaram no Argo, um navio construído por Argus. Este navio, equipado com 50 remos, onde estavam os 50 melhores homens da Grécia a manejá-los. Navegavam para Colchis, que era a costa Este do Mar Negro. Depois de muitas aventuras Jasão (com a ajuda de Medeia) roubou o Tosão do dragão e navegaram de volta a casa. Diz-se que Atenas comemorou o evento ao pôr o navio, Argo Navis, no céu numa gigante constelação abaixo e a Este de Cão Maior. Sabe-se que o catálogo de Edmund Halley das estrelas do Hemisfério Sul, Catalogus Stellarum Australium (1679), introduziu Argo Navis ao mundo. Em 1763, o trabalho póstumo de Nicolas Louis de Lacaille, Caelum Australe Stelliferum, deu-nos muitas das constelações que agora conhecemos no Hemisfério Sul. Lacaille dividiu o gigante Argo Navis em três constelações: a Quilha, a Popa e a Vela.

67.Peixe Austral


Características da constelação:

Piscis Austrinus, também conhecido como Piscis Australis, é um peixe deitado de costas, bebendo as águas derramadas dos vasos de Aquário. O asterismo deixa tudo um pouco à imaginação de cada pessoa. A constelação era conhecida nos tempos antigos, e pensa-se que seja o “Peixes” original. Pensa-se também que a constelação refere-se ao deus peixe Dagon da cultura Assíria e ao deus Babilónio Oannes. Até os Árabes a chamavam Al Hut al Janubiyy (O Grande Peixe do Sul). A brilhante estrela Formalhaut (alpha PsA) era assim chamada do Fum al Hut, que significa “A Boca de Peixe”, embora tenha carregado outros nomes, incluíndo Al Difdi al Awwal (“A Primeira Rã”). Existem uns quantos bons binários, como também uma anã vermelha com o 4º maior movimento de translação. À excepção de Fomalhaut, todas as outras estrelas da constelação são de quarta ou quinta magnitude.

66.Peixes



Características da constelação:


Peixe é descrito como dois peixes ligados pelas suas caudas na estrela alpha Piscium. De facto, o nome desta estrela, “Al Rischa”, significa “o cordão”. A constelação é mais ou menos ténue: as estrelas de Peixe são geralmente de quarta magnitude. Existem uns quantos bons binários, uma variável interessante e um objecto de Messier; uma espiral esplêndida, que infelizmente é muito ténue e um desafio para telescópios pequenos.


História da costelação:

Peixes é uma constelação antiga derivada, segundo alguns dizem, da história do terrível deus grego Typhon Typhon nasceu de Gaia (a Mãe Terra) e Tartarus. Era o filho mais novo de Gaia, mas de longe o mais mortífero e o maior monstro jamais concebido. As suas ancas eram serpentes gigantes; os seus braços podiam abraçar os céus, e a sua cabeça (com a forma de uma cabeça de burro) tocava as estrelas. Quando voava, as suas asas tapavam a luz do Sol, e quando abria a sua boca, saíam pedregulhos em fogo. Typhon era tão terrível que até os deuses do Olimpo recusavam a enfrentá-lo, fugindo para o Egipto quando Typhon atacava a sua montanha. Cada deus se disfarçava de um animal: Zeus transformava-se (.........), Dionísio numa cabra, e daí por diante. Afrodite e Eros disfarçavam-se ambos de peixes e nadavam Nilo acima para escapar ao monstro. Typhon eventualmente foi derrotado, em grande parte devido à bravura de Atena, que convenceu Zeus a segurar nos seus relâmpagos e fazer-lhe frente. Typhon na realidade capturou Zeus e colocou-o numa caverna, mas Hermes e Pan conseguiram libertá-lo. Para resumir esta longa história, Zeus levou a batalha até Typhon, perseguindo-o até à Sicília. Aí Zeus atirou o Monte Aetna ao monstro, que finalmente pereceu. Mas por baixo da terra, o monstro enterrado ainda cuspia fogo de vez em quando (talvez referindo-se a um vulcão?). O mito mais cedo ou mais tarde mudou-se para Itália, enquanto pode também ter origem na antiga cultura dos Hititas, tal como referências a erupções vulcânicas ao longo do arquipélago Egeu. No que respeita a Afrodite e Eros, que escaparam da ira do monstro, foi-lhes dado um lugar nos céus, com a imagem dos dois peixes, comemorando assim a altura em que Typhon quase mandou no Olimpo. Mais tardes algumas culturas ligaram os dois peixes com a história bíblica do milagre dos peixes e dos pães.

65.Pincel


Características da constelação:

Pincel é uma invenção de Nicolas Louis de Lacaille, que originalmente chamou à constelação "Le Chevalet et la Palette" (O pincel do pintor e a palette). As estrelas de Pincel são ténues. No entanto existem alguns objectos de interesse, incluindo a segunda mais rápida estrela conhecida.

64.Fénix


Características da constelação:

Fénix, o pássaro místico que nasce das suas próprias cinzas, é outra das constelações do Hemisfério Sul introduzidas por Johann Bayer em 1603. No passado a constelação era conhecida como "O Barco" pelo Árabes, mas depois tornou-se numa águia ou noutro tipo de ave, e por conseguinte a decisão de Bayer de lhe chamar Fénix tem uma precedência vaga. O asterismo parece-se de facto com uma grande ave. As suas estrelas são no geral entre 3ª e 5ª magnitudes. Existe um número de binários e algumas variáveis, incluindo uma importante anã Cefeida.

63.Perseu



Características da constelação:


Perseu não tem um asterismo muito claro; algumas formas da constelação têm uma linha recta de alpha até theta, talvez indicando a espada de Perseu ou a foice com que matou a Medusa. No entanto, até ao tempo de Ptolomeu, Perseu era visto a segurar a cabeça da Medusa, com Algol (beta Persei) sendo o "mau olhar" da Górgone. As estrelas de Perseu são razoavelmente brilhantes. Algumas são binárias notáveis. Existem também uns bons objectos de céu profundo.


História da constelação:


Com um pai como Zeus, não admira que Perseu se tornasse num dos indivíduos mais notáveis da antiguidade. Até o seu nome ("per Zeus") identifica a sua linhagem. Zeus tinha-se apaixonado por Danae, a linda filha de Acrisius, rei de Argos. Um oráculo previu que Danae um dia teria um filho que mataria o rei, então Acrisius escondeu-a numa torre de bronze (ou marfim). Mas Zeus sabia quão bela era, e um dia transformou-se numa chuva de pó de ouro e visitou a cela de Danae. Quando a criança Perseu nasceu, Acrisius pô-lo e à sua mãe numa arca de madeira e atirou-os ao mar. A arca flutuou até à ilha de Seriphos, onde o pescador Dictys a apanhou. Levou-os até ao seu irmão Polydectes (ou Polydeuces), que era o rei de Seriphos. Polydectes educou Perseu até à idade adulta. Perseu fundou a cidade-estado de Mycenae, na península do Peloponeso, e tornou-se no seu rei. Isto é o que conta o mito. Na realidade, aquela cidade foi fundada por volta de 3000 AC, e entre 1650 AC e 1400 AC esta civilização era uma das mais brilhantes de toda a Grécia, até que subitamente colapsou por volta de 1300 AC. No que respeita a Perseu, é mais relembrado pela sua série de aventuras: a morte da Medusa Górgone e o salvamento de Andrómeda.
As Górgones eram três irmãs: Euryale ("grande errante"), Stheino ("forte") e Medusa ("esperta"). Eram originalmente muito lindas mas Medusa cometeu uma indiscrição com Poseídon uma noite num templo de Atenas. Esta deusa ficou tão irritada com o sacrilégio que transformou Medusa num monstro com grandes dentes e língua saliente, garras em vez de mãos, serpentes em vez de tranças, grandes asas, e um olhar que transformava qualquer pessoa em pedra. Escusado será dizer que Medusa não era nada popular. De facto, a sua cabeça tornou-se no "prémio final"; quem quer que a cortasse seria um autêntico herói. Mas ninguém tinha coragem de tentar. Até que Perseu um dia fez uma promessa casual com Polydectes. O que se passava era que Polydectes queria casar-se com Denae, a mãe de Perseu, mas o rei tentou manter os seus desejos secretos dizendo a Perseu que queria como sua mulher Hippodameia: "Farei tudo o que me pedires. Até te ofereço a cabeça da Górgone Medusa como presente de casamento". "Muito bem", disse Polydectes, "isso seria um excelente presente". Ora acontece que Atenas estava a ouvir; este era o momento que estava à espera: alguém que atacasse a sua maior inimiga. Atenas trouxa Perseu até Samos, onde as Górgones estavam vivendo, e mostrou-lhe uma imagem das três, para as conseguir distinguir. Depois avisou Perseu para olhar sempre para o reflexo, não para a face, pois tornar-se-ia em pedra. Deu então a Perseu um escudo brilhante. Perseu teve mais ajuda na sua busca pela cabeça da Górgone. Hermes deu-lhe uma foice, mas os itens mais importantes foram adquiridos por ele: as sandálias aladas, o capacete que o faria invisível, e o saco mágico (onde meteria a cabeça cortada). Para reduzir um bocado esta grande história, ele conseguiu roubar estes objectos das Ninfas de Estígia, nas entranhas da Terra, onde viviam. Já armado, Perseu continuou na sua aventura. Perseu deu com as Górgones a dormirem. Olhando para o seu escudo, cuidadosamente estudou cada figura, de modo a ter a certeza que era Medusa que sentiria a lâmina da sua espada. Rapidamente cortou a cabeça da Medusa e meteu-a no saco mágico. Pégaso nasceu instantaneamente do seu corpo. Ele também tinha sido concebido por Poseídon no templo de Atenas, mas Poseídon tinha escolhido que Pégaso não viria ao mundo, para aplacar a deusa. Como Medusa morreu, Pégaso era agora livre. As irmãs Górgones procuravam incessantemente pelo assassino de Medusa, mas o capacete que Perseu usava deixava-o invisível. Com as sandálias, Perseu conseguiu escapar. Outra vez, para encurtar a história consideravelmente, encontrou-se com Andrómeda, nua e acorrentada a uma rocha, à espera dum terrível monstro marinho. Perseu fez rapidamente um acordo com Cefeu e Cassiopeia; se a salvasse casaria com ela. Depois de matar o monstro, e ter salvo Andrómeda, Cassopeia mudou de ideias quando ao casamento de Perseu com a sua filha. Na batalha que se seguiu, Perseu teve que recorrer a medidas extremas. Tirou a cabeça da Medusa do saco, o que fez com os guerreiros, ao olharem, se tornassem em pedra, incluindo a mãe e o pai de Andrómeda. Perseu levou a sua noiva para Seriphos, onde uma nova ameaça pairava no ar. Danae, a sua mãe, tinha fugido para um templo para evitar casar-se com Polydectes. O rei estava num banquete; Perseu entrou no palácio e anunciou que tinha trazido o seu presente de casamento, como tinha prometido. Segundo reza a história, mostrou a cabeça da Górgone, o que fez com que as pessoas do banquete se transformassem em pedra (a ilha de Seriphos contém um grupo de rochas que alguns acreditam que sejam os restos petrificados do banquete). Algum tempo depois, um disco atirado por Perseu durante uns jogos atingiu o seu avô, Acrisius, matando-o, concretizando a profecia, para vergonha e pena do próprio Perseu.

62.Pégaso



Características da constelação:


Pégaso é uma constelação notável que inclui o "Grande Quadrado de Pégaso". No entanto tem agora de partilhar o canto Nordeste com Andrómeda: delta Pegasus foi dado a Andrómeda, para fornecer à senhora uma cabeça! As estrelas são geralmente de 2ª e 3ª magnitudes. Existem alguns binários interessantes aqui, uma curiosa estrela luminosa, e um espectacular objecto de céu profundo.


História da constelação:


Pégaso, o cavalo alado, nasceu da cabeça da Medusa quando Perseu a matou. O seu pai foi Poseídon, algum tempo antes, e esperou pela morte da Górgone para aparecer (a história da Medusa é contada na constelação "Cefeu"). Atenas deu Pégaso a Belarofonte (um neto de Sisyphus), que usou a criatura na sua luta contra a Quimera - um monstro fêmea com três cabeças. Belarofonte disparou setas ao monstro à medida que voava em cima de Pégaso, e depois prendeu nas suas mandíbulas um grande pedaço de chumbo. O próprio hálito do monstro derreteu o chumbo, que escorreu pela sua garganta abaixo e a queimou até à morte. Depois Belarofonte foi noutra missão, em que conseguiu uma vitória idêntica. Como um grande herói, voou até ao Olimpo, lar dos deuses, como se fosse também imortal. Zeus mandou um monstro que fez com Belarofonte caísse do cavalo. Pégaso foi então sozinho até ao Olimpo, onde foi usado por Zeus para carregar os seus trovões. Quanto a Belarofonte, devido à sua presunção de grandeza, vagueou pela Terra para o resto da sua vida, cego, coxo, e envergonhado, até que morreu de velhice.

61.Pavão


Características da constelação:

Pavão é uma grande constelação que mostra a cauda do animal em todo o seu esplendor. No entanto as suas estrelas não são muito brilhantes, e existem alguns objectos de céu profundo de interesse.

História da constelação:

Hera, esposa de Zeus e Rainha dos Céus, era uma mulher extremamente ciumenta. E com boa razão; Zeus era excessivamente amoroso. Os historiadores dizem que Zeus teve pelo menos cinquenta amantes. Io era uma destas amantes. O problema era que Io era uma sacerdotisa de Hera, e depressa Hera descobriu a infidelidade. Para proteger Io, Zeus transformou-a numa bezerra. Mas Hera não se deixou enganar. Tomou posse do animal, e escolheu Argus Panoptes para a guardar. O seu nome significa "tudo olhos". A besta tinha cem olhos, que eram mais que suficientes para guardar o pequeno animal. Zeus confiou em Hermes para a resgatar. Para evitar a detecção de Argus, Hermes encantou o monstro com uma flauta quando estava a dormir, e deu-lhe com uma pedra na cabeça, e para se certificar que estava morto, decapitou-o. Uma furiosa Hera mandou um outro monstro importunar Io, que andou pela maioria das nações do Mediterrâneo até chegar ao Egipto, onde Zeus a transformou na sua forma humana original. Ela mais tarde restabeleceu o culto de Isis no Egipto. Já ao infortunado Argus Panoptes, Hera pôs todos dos seus muitos olhos na cauda do seu pássaro sagrado, o pavão. Apenas muito mais tarde, no século XVII, é que o Pavão faria parte do zoo celestial. Johann Bayer introduziu a constelação no seu livro Uranometria em 1603, em conjunto com outras aves.

60.Órion




Características da constelação:


Encontrar Oríon não deverá ser um problema. As suas estrelas são umas das mais familiares dos céus. Pergunta: sabe dizer o nome das três estrelas que fazem o cinto de Oríon? (resposta em baixo). Acima do cinto, ligeiramente para a esquerda, está Betelgeuse, alpha Orionis. Betelgeuse, o braço direito de Oríon (ou "ombro", como o nome sugere), brilha com um ténue vermelho. Embora tenha o nome alpha Orionis, é menos brilhante que beta Orionis (Rigel), no canto oposto da constelação, a Sudoeste. No entanto, sendo menos brilhante, é bastante maior, com um tamanho estimado em 250 Sóis. Se se substituísse o nosso Sol com Betelgeuse, devido ao seu tamanho, engoliria completamente a Terra e extender-se-ia até Marte. Rigel é a estrela mais brilhante em Oríon, e a sétima mais brilhante dos céus, atrás de Capella. É um binário visual; a sua companheira é muito ténue, mas bem visível se for persistente. Os outros cantos da constelação são formados por Bellatrix (gamma Orionis) e Saiph (kappa Orionis). Antigamente pensava-se que todas as mulheres que nascessem sob o signo de Bellatrix seriam afortunadas e teriam o dom do discurso. O nome da estrela é geralmente traduzido como a Guerreira ou a Amazona, e outro nome também visto é "A Estrela Amazona". A característica principal da constelação é sem dúvida as três estrelas que formam o "cinto" no meio de Oríon; de Oeste para Este temos Mintaka, Alnilam, e Alnitak. Até a Bíblia faz referência a este famoso grupo. "És tu que atas os laços das Plêiades, ou que desatas as correntes de Orion?" (Job 38.31). A última destas estrelas é conhecida como zeta Orionis, e é um sistema triplo bem conhecido. A primária é uma estrela azul-clara, e a sua companheira é de um encarnado ténue. Bem perto, a Sul, está a conhecida Nebulosa Cabeça de Cavalo, uma nebulosa negra que não é visível em telescópios mas bem espectacular em fotografias de longa-exposição.


História da constelação:



Oríon é o Senhor dos Céus de Inverno. Ele comanda os céus desde o fim do Outono até ao começo da Primavera, com o seu cão de Caça Sirius a seus pés. Os contos míticos de Oríon datam desde os Hititas, que floresceram no segundo milénio AC até por volta de 1200 AC.
Uma história da sua cultura conta um episódio interessante sobre a morte de Oríon. Aqui é chamado Aqhat, e era um lindo e famoso caçador. A deusa da guerra Anat apaixonou-se por Aqhat, mas quando se recusou a emprestar-lhe o seu arco, ordenou a outro homem que o roubasse. Este indivíduo fez asneira, e acabou por matar Aqhat e por deitar o seu arco para o mar. Diz-se que isto explica o facto astronómico que Oríon e o Arco (uma versão antiga da constelação) descem para baixo do horizonte durante dois meses cada Primavera. Como todos os mitos sofrem grandes alterações, o mesmo acontece com as histórias Gregas. Geralmente falando, Oríon era conhecido como o "habitante da montanha", e era conhecido pela sua mestria como caçador e também como amante. Mas quando se gabou que eventualmente livraria a Terra de todos os animais selvagens, o seu destino selou-se. Poderá ter sido a deusa da Terra que enviou o venenoso escorpião até Oríon. Ou possivelmente Apolo, pois Orion tinha segundas intenções com a sua irmã, Artemis. Ou Apolo pode até ter contado à deusa da Terra o que disse Oríon. No entanto, parece claro que foi a deusa da Terra que mandou o escorpião matar Oríon. Algumas histórias dizem que o escorpião matou Oríon com o seu ferrão. No entanto, a maioria delas diz que o caçador começou a lutar com o escorpião, que depressa se apercebeu que a armadura que o escorpião tinha era invencível contra ataques de mortais. Oríon então saltou para o mar e nadou até Delos. Mas Apolo, que tinha testemunhado a luta, não o deixou escapar tão facilmente. Provocou a sua irmã Artemis, que tinha uma excelente pontaria, se conseguiria acertar naquele pequeno objecto escuro ao longe - a sua cabeça - dizendo que era um terrível vilão. Artemis dispara a sua primeira flecha e acerta no alvo. Nada então para resgatar o corpo da vítima, quando repara que matou Oríon. Artemis implora então aos deuses que devolvam a vida a Oríon, mas Zeus recusa. Então ela põe a imagem de Oríon nos céus. Na sua caça eterna, Oríon é cuidadoso o suficiente para se afastar de Escorpião. Quando Escorpião nasce a Este, Oríon já desapareceu abaixo do horizonte.

59.Serpentário

PERGUNTAR

58.Octante

Características da constelação:

Octante é uma constelação que inclui a região polar do Sul. A constelação foi inventada por Nicolas Louis de Lacaille em 1752. Comemora o octante, que foi inventado por John Hadley em 1730. De facto o nome completo da constelação é "Octans Hadleianus". O instrumento divide o círculo em oito partes, que facilitam as medições dos ângulos na astronomia e na navegação. A maioria das estrelas de Octante são de 5ª magnitude, incluindo sigma Octantis, a Estrela Polar do Sul (que na realidade está a 1º do verdadeiro pólo e a mover-se lentamente dele). Curiosamente, a estrela mais brilhante na constelação é nu Octantis, uma gigante laranja a 64 anos-luz de distância. Octante tem um bom binário, umas poucas variáveis, e mais nada de interesse.

57.Esquadro

Características da constelação:

Esquadro é outra das relativamente insignificantes constelações no Hemisfério Sul. Inventada por Nicolas Louis de Lacaille em meados do século XVIII, a constelação representa um instrumento científico, o esquadro. O nome original era "Norma et Regula" (a régua e o esquadro). Desde o tempo de Lacaille, que as principais estrelas têm sido redistribuídas.

56.Mosca

Características da constelação:

Mosca é uma constelação do Hemisfério Sul introduzida por Johann Bayer. Chamava-lhe "Apis", "A Abelha"; talvez por causa da sua semelhança com "Apus". O nome completo é na realidade Musca Australis vel Indica (A Mosca Índia do Sul), que a distinguia da já obsoleta Musca Borealis, a Mosca do Norte. Cerca de um terço da Nebulosa Saco de Carvão pertence a Mosca, sendo que a sua maioria é encontrada na vizinha Cruzeiro do Sul. Existe apenas uma dúzia de estrelas de 3ª e 4ª magnitudes.

55.Unicórnio


Características da constelação:

Flanqueada por Orion e Cão Maior, com Gémeos acima e Cão Maior em baixo, a ténue constelação do Unicórnio é muitas vezes "esquecida". Enquanto a constelação possa ter existido antes do século XVII, a sua primeira referência histórica aparece na carta estelar de Jakob Bartsch de 1624, com o nome "Unicornu". Pensa-se que Bartsch (que curiosamente é o genro de Kepler) se baseou em trabalhos anteriores, mas os mesmos nunca foram identificados. É preciso muita imaginação para encontrar um unicórnio neste grupo de estrelas. De facto, existem variações. Enquanto algumas figuras metem o corno em frente, de gamma Monocerotis por epsilon e até S Monocerotis, outra forma popular tem o corno em vez de vir de delta Monocerotis e passar por 18 Mon e até epsilon. Mas não são as estrelas que têm aqui o maior interesse. Em sua vez, Unicórnio tem alguns objectos de céu profundo muito celebrados, como também o sistema binário mais massivo até agora descoberto. As estrelas de Unicórnio são tão ténues como a história da constelação: apenas umas quantas estrelas de magnitude 4 que são difíceis de resolver excepto em noites limpas. Alpha Monocerotis tem uma magnitude visual de apenas 3.93, ligeiramente mais brilhante que gamma Monocerotis: 3.98. A única estrela de interesse é beta Monocerotis, que é um esplêndido triplo.

54.Microscópio


Características da constelação:

Microscopium, O Microscópio, é uma das constelações criadas por Nicolas Lacaille, celebrando outro instrumento científico. Tal como muitas das constelações de Lacaille, esta constelação não é muito interessante. O asterismo dá apenas uma vaga sugestão do objecto em causa. Existem apenas uma mão cheia de estrelas de 4ª e 5ª magnitudes.

53.Mesa


Características da constelação:

Mesa, é outra das criações de Nicolas de Lacaille, e deriva da Montanha Mesa no Cabo da Boa Esperança, onde Lacaille observou o céu do hemisfério Sul em meados do século XVIII. O asterismo mostra um topo de montanha. A montanha é vista em cima e à direita no Hemisfério Sul por volta da meia-noite em meados de Julho. A maioria das estrelas de Mesa são de quinta magnitude.

52.Lira



Características da constelação:


A constelação é pequena e um pouco ténue, mas é a casa da quinta estrela mais brilhante, Vega. O asterismo parece-se mais com uma criatura de quatro patas do que com uma lira, com Vega na sua cabeça. Lira tem apenas três estrelas mais brilhantes que a 3ª magnitude. No entanto, existem alguns bons objectos para se ver. Vega, "Águia Caída" ou "Estrela da Harpa", é apenas a quinta estrela mais brilhante, mas domina o céu de Verão no hemisfério Norte, sendo o seu trânsito a 1 de Julho. Há cerca de 12 000 anos, Vega era a Estrela Polar, e será outra vez daqui a 12 000 anos. Beta Lyrae, às vezes conhecida como "Sheliak" (Tartaruga), é o protótipo de um tipo de estrela variável em que uma pequena companheira está a transferir matéria para a gigante primária. No caso de beta Lyrae, a transferência está a ocorrer a grande velocidade. Eventualmente o sistema irá se tornar numa variável tipo-Algol.


História da constelação:

A lira é um dos instrumentos musicais mais antigos. Por exemplo, na cidade real de Ur (há cerca de 3000 anos) os músicos tocavam a lira para a realeza, de acordo com artefactos recolhidos de escavações. Na mitologia Grega, a lira foi inventada por Hermes. Quando era apenas uma criança, esticou uma tripa de vaca numa carapaça de tartaruga, criando assim a lira. Hermes deu a sua lira ao seu meio-irmão Apolo (era ambos filhos de Zeus). Como deus da música, Apolo ficou associado a este instrumento. Apolo deu a lira então ao seu filho Orfeu quando era apenas uma criança, e as Musas ensinaram-lhe a tocar nela. Até a própria Natureza parava para o ouvir, encantada com a sua música. Quando Euridice, mulher de Orfeu, morreu de uma picada de serpente e foi levada para o Sub-Mundo, Orfeu seguiu-a na esperança de a trazer de volta. Devido à sua música, convenceu Hades a libertar Euridice, desde Orfeu não olhasse para ela no seu regresso a casa - mas quando emergiu e viu a luz do Sol, Orfeu virou-se e olhou para a sua mulher, perdendo-a para sempre. Existem diversas versões acerca da morte de Orfeu. A versão mais conhecida é a que Dionísio invade a Trácia, o lar de Orfeu, e que as seguidoras de Dionísio (as Meneidas) desmembram-no membro a membro. A sua cabeça foi atirada para o rio Hebro, onde flutuou até Lesbos, cantando todo o caminho. A lira de Orfeu é também atirada para o rio, e também flutua até Lesbos, que ficava numa praia perto do templo de Apolo. Apolo convence então Zeus que o instrumento deveria ser tornar numa constelação. Zeus concorda, e coloca a lira de Orfeu entre Hércules e Cisne.

51.Lince


Características da constelação:

O nome Lince nunca teve nada a ver com o próprio animal. Hevelius, que inventou a constelação, dizia que quem queria estudar as estrelas teria de ter uns olhos de lince. Como muitas pequenas constelações inventada por Hevelius e outros para preencher os espaços vazios, Lince não é mais do que uma linha com altos e baixos que vem para Sul desde 2 Lyncis até alpha Lyncis, que está situada a norte da fronteira de Caranguejo com Leão. Na realidade quando conecta as estrelas, a figura de uma gigante gaivota parece vir à mente, ou até um albatroz. A única boa estrela na constelação é alpha Lyncis, uma gigante vermelha com cerca de 25-30 vezes o tamanho do Sol, e a 170 anos-luz de distância. A estrela é também um binário, discutido abaixo. No entanto, embora esta constelação seja obscura, tem uns binários muito bons.

50.Lobo



Características da constelação:


Lobo está apertado entre o Centauro e a Hidra a Oeste, Escorpião e Régua. Embora seja pequena, como fica na Via Láctea, está cheia de objectos interessantes, especialmente estrelas duplas. O asterismo não é muito óbvio, e de facto a constelação em si é difícil de separar da sua vizinha mais próxima, Centauro. As suas estrelas são geralmente de 3ª e 4ª magnitudes. Para localizar Lobo, pode começar por encontrar os braços de Centauro (se necessário, rever a constelação nesta galeria). Começando em theta Centauri dirija-se para phi Centauri e depois eta e finalmente kappa Centauri. No mesmo campo de visão a Sul está beta Lupi, que com a sua magnitude de 2.7, é ligeiramente mais brilhante que kappa Centauri (3.1). Agora desça para Sudoeste uns 5º e aí irá encontrar alpha Lupi. Alpha Lupi (uma variável tipo beta-Cefeida) é a estrela mais brilhante da constelação, com uma magnitude de 2.3. Existem certas dúvidas quanto à sua distância; algumas autoridades põem-na a 430 anos-luz, enquanto outras a 620. Com a magnitude absoluta de -4.4, terá uma distância de 710 anos-luz.


História da constelação:

A constelação pode referir-se ao antigo rei de Arcadia, o Rei Lycaon (uma palavra que está relacionada com "lobo" e "luz"). O Rei Lycaon, que governava Arcadia com os seus cinquenta filhos, dizia-se que continuava com práticas de sacrifícios humanos quando em outras partes da Grécia já tinha sido abolida por ser barbárica. Uma variação da história diz que o Rei Lycaon ofereceu um pequeno rapaz como sacrifício a Zeus, o que o fez com que se zangasse, e que mandou um lobo atacar Lycaon e que um relâmpago deitasse a sua casa abaixo, matando todos os seus cinquenta filhos. Noutra versão Zeus um dia visitou Arcadia disfarçado de um simples viajante. Lycaon e os seus filhos ofereceram-lhe sopa feito não apenas de carne de cabras e carneiros, mas também do seu próprio filho Nyctimus. Zeus atirou a mesa abaixo com nojo e matou todos os filhos do rei com relâmpagos (e restaurou a vida de Nyctimus no processo). Embora seja uma má ideia relembrar este bárbaro rei de Arcadia, até antes dos Gregos esta constelação parecia que representava um animal em sacrifício.

49.Balança



Características da constelação:


As estrelas de Balança são um pouco ténues, excepto duas estrelas de segunda magnitude, alpha2 e beta. A constelação tem alguns objectos de interesse, incluindo alguns binários e uma variável invulgar. Alpha Librae é também conhecida como Zubenelgenubi, uma derivação de um antigo nome Árabe que significa "Garra do Sul" (talvez a de Escorpião). A estrela é um grande binário de diferentes estrelas. Beta Librae chama-se Zubeneschamali ("Garra do Norte"). Esta estrela branca tem sido descrita por alguns com uma cor verde.


História da constelação:


Balança tem este nome porque quando o Zodíaco ainda estava na sua idade jovem, há uns quatro mil anos atrás, o Sol passava por esta constelação no equinócio de Outono (21 de Setembro). Nos dois equinócios (Primavera e Outono) as horas do dia e da noite eram iguais. Como um símbolo de igualdade, a constelação veio a representar a Justiça em algumas culturas do médio-Oriente. No entanto, os Gregos tinham uma perspectiva diferente; a uma dada altura Escorpião, que fica Este, era muito maior, e as estrelas que constituem Balança eram então conhecidas como as Garras do Escorpião. Eventualmente, no entanto, estas estrelas de Balança vieram a representar a Quadriga Dourada de Plutão. A história do rapto de Peséfone por Plutão é um mito Grego muito conhecido, talvez porque tem uma associação astronómica tão forte.
A Quadriga Dourada de Plutão (ou Hades) era usada quando o Senhor do Mundo Inferior queria visitar o mundo acima, usualmente para seduzir uma ninfa. Mas quando levou Perséfone de volta para Tártaro, a parte mais funda de Hades, o Mundo Superior mudaria para sempre. O senhor deste reino era na realidade Hades. Hades era irmão de Zeus e de Poseídon; geralmente não tinha noção do que se passava no outro reino, emergindo raramente do seu. Bem dentro da terra, ele possuía todas as riquezas minerais, mas a sua posse favorita era uma oferta dos Ciclopes: um capacete que o tornava invencível. Era considerado imprudente e perigoso pronunciar os nomes de certos deuses e deusas. Sendo assim, as Fúrias, ou Cronies, eram chamadas Eumenides (As Bondosas), e Hades era chamado Plutão (O Rico). A sua quadriga dourada era puxada por quatro cavalos pretos. Enquanto ele usava a sua quadriga para de vez em quando visitar o Mundo Superior, em ordem a seduzir uma ninfa, ele raramente queria que esta relação durasse. Até que viu Perséfone, a filha de Zeus e Deméter. Deméter era a irmã de Zeus e Hades, e umas das mais importantes deusas pois era responsável pela Agricultura, e por todos seres vivos que brotavam. Hades estava tão enamorado pela beleza de Perséfone, que queria tê-la só para si, e então leva-a à força para o seu reino, onde se torna a Rainha do Sub-Mundo. Deméter chora pela sua filha perdida e pede aos outros deuses ajuda. Então Teseu e Peiritheus (o seu irmão) descem até Hades em busca de Perséfone; mas não têm sucesso. De facto, são capturados por Hades, e Héracles é enviado para os resgatar. Consegue apenas trazer Teseu; Peiritheus é condenado a ficar para sempre em Hades. Deméter está tão distraída pela perda da sua filha que decide proibir todas as sementes de nascer. Uma grande seca espalha-se pelo Mundo Superior. Zeus fica envergonhado, pois tem um certo tributo a receber, e se a seca continuasse o seu tributo não era entregue. Outros livros dão a Zeus uma razão mais digna na ajuda à sua irmã: que simpatiza com Deméter e deseja rectificar a sua perda. De qualquer maneira, convence o seu irmão Hades a desistir de Perséfone, para que o mundo de cima voltasse a ser verde e luxuoso. Hades concorda, desde que Perséfone não tenha comido nada desde a sua chegada. Como já tinha consumido seis sementes de romã, Hades não a deixou regressar. Zeus não ficou nada contente, e decide que deve dividir o seu tempo entre ambos os reinos; quatro meses do ano deveria ficar com o marido, enquanto que durante o resto do ano iria visitar a sua mãe. Então cada ano o mundo retorna para um lugar frio e proibitivo, até 21 de Março, quando Perséfone emerge do Sub-Mundo, trazendo a Primavera com ela.

48.Lebre




Características da constelação:


Lebre é uma antiga constelação que se encontra nos pés de Oríon, o Caçador. Ninguém sabe que cultura primeiro viu a constelação como um animal; os Árabes viam-na como o "trono do central" (Orion). Lebre é muitas vezes ignorada, pois a vizinha Orion é muito dominante. No entanto Lebre tem um bom número de objectos interessantes. As suas estrelas são geralmente de 3ª e 4ª magnitudes.

47.Leão Menor


Características da constelação:

Leão Menor é uma das sete constelações introduzidas por Johannes Hevelius no seu catálogo póstumo de 1690. As outras constelações que introduziu são Cães de Caça, Lagarto, Lince, Escudo, Sextante e Raposa (ver "Lagarto" para um breve comentário a Hevelius). Enquanto Lagarto tem duas estrelas de Bayer (alpha e beta), Leão Menor tem apenas uma; curiosamente é beta LMi. Nem é a estrela mais brilhante da constelação; 46 LMi é, com uma magnitude de 3.8. Leão Menor é a única constelação do Hemisfério Norte que não tem "alpha". Leão Menor fica mesmo acima de Leão, como um pequeno asterismo; de leão, tem apenas o nome. A constelação tem um binário de pouco interesse, uma variável tipo-Mira, e umas quantas galáxias, incluindo um par interactivo de galáxias.

46.Leão



Características da constelação:


Leão é uma constelação compacta e, ao contrário de muitas outras constelações, é facilmente reconhecível. Alpha Leonis é chamada Régulo porque era vista como a "Guardiã do Céu", que regulava todas as coisas no céu. Embora o nome Régulo tenha sido dado por Copérnico, a estrela era mais conhecida na Antiguidade por Cor Leonis, o Coração do Leão. Régulo é um binário múltiplo, discutido abaixo. Também, por Régulo estar tão próxima da eclíptica, a Lua regularmente passa por lá perto, e até oculta a estrela em raras ocasiões. Como muitas outras constelações, muitas das estrelas de Leão têm nomes. Beta Leonis chama-se "Denébola": "A Cauda de Leão". Gamma Leonis é "Algeiba", árabe para testa, mas mais correctamente chamado Juba. Zeta Leonis é "Aldhafera": o seu significado é incerto. Epsilon Leonis e mu Leonis têm o nome "Al Ashfar", as sobrancelhas. Delta Leonis é "Zosma", uma palavra Grega que significa cintura. Lambda Leonis é "Alterf", que aparentemente quer dizer "extremidade". Está situada mesmo na ponta da boca de Leão.


História da constelaçao:

O primeiro na lista de trabalhos de Héracles era matar o Leão de Nemeia, um grande monstro que vagueava pelos montes e ruas das vilas do Peleponeso, devorando quem quer que encontrasse. A pele do animal era imune ao ferro, bronze e pedra. As fechas de Héracles nem sequer feriam o leão; a sua espada partiu-se em duas; a sua moca de madeira partiu-se em bocados. Então Hércules lutou com o leão, e finalmente conseguiu sufocá-lo até à morte. Então enrolou a pele do leão à sua volta; isto o protegeria no seu próximo trabalho: matar a venenosa Hidra.À medida que a história continua, o leão encontrou o seu lugar nos céus de modo a comemorar a sua grande batalho com Héracles. No entanto, isto não é o fim da história. Na Antiguidade, antes dos Gregos terem começado a contar histórias, o leão era já um antigo símbolo de poder. Aproximadamente três mil anos antes da era Cristã, esculturas e pinturas mostravam reis vestidos com peles de leão. De facto, as provas arqueológicas mostram que por volta desta altura, o leão tinha já substituído um símbolo "sagrado" ainda mais antigo, o touro. Tem sido sugerido que esta transferência de poder de um animal com cornos para o leão era de acordo com a mudança de uma religião lunar para uma solar. Isto é, em vez de desenharem a sua inspiração de um símbolo nocturno com um ciclo mensal - um símbolo que estivesse ligado com a fecundidade da terra e dos seus animais - os novos governadores identificaram-se com um animal de força e poder, e com um corpo celestial que governasse o dia. Assim, como o touro tinha sido identificado com a Lua, o leão era agora associado com o Sol. Para clarificar esta nova religião, ou novas estruturas políticas, foi feito com que o leão matasse o touro. O seu lugar no céu foi então um ponto crítico. Uma teoria interessante, proposta há trinta anos atrás pelo Professor Willy Hartner, descreve eloquentemente o resultado. Resumidamente, por volta de 4000 AC, o Leão é visto a perseguir o Touro no horizonte, anunciando o fim do Inverno e o começo da Primavera. Sendo assim, Leão, o caçador do Touro, dominava os céus de Verão, a altura em que o Sol passava nesta constelação. Devido à precessão, o Sol actualmente passa entre Leão no fim do Verão, entre meados de Agosto até meados de Setembro.

45.Lagarto


Características da constelação:

Lagarto é uma das sete constelações introduzidas por Johannes Hevelius. Nascido em Gdansk, Polónia, a 28 de Janeiro de 1611, Hevelius morreu no mesmo lugar 76 anos mais tarde. Hevelius é mais conhecido pelo seu atlas da Lua (Selenographia, 1647). O seu catálogo de 1564 estrelas era o mais completo até à data. Foi neste catálogo e num atlas celeste anexado (Prodromus Astronomiae), ambos publicados postumamente em 1690, que Hevelius introduziu sete novas constelações. Hevelius tinha construído o seu próprio observatório no telhado de sua casa, e também um número de telescópios de qualidade. As suas observações estelares eram as mais precisas do seu tempo, e por isso o seu atlas celeste foi um marco importante. Foi John Flamsteed que - no seu catálogo de estrelas publicado postumamente em 1725 - popularizou as novas constelações de Hevelius: Cães de Caça, Lagarto, Leão Menor, Lince, Escudo, Sextante e Raposa. Lagarto encontra-se entre Cisne e Andrómeda. Tem uns bons binários, e alguns objectos de céu profundo interessantes.

44.Índio


Características da constelação:

Johann Bayer queria honrar o Índio Americano na sua colecção de novas constelações no seu livro Uranometria de 1603. Índio é o resultado, um grupo de estrelas que variam entre 3.1 e 5.3 de magnitude visual.A constelação tem pouco mais que uns quantos binários, e uma das estrelas mais próximas do nosso Sistema Solar. Como é idêntica ao nosso Sol, Epsilon Indi tem sido estudada como possível candidata a ter planetas, mas até agora não foram encontrados nenhuns a orbitar a estrela.

43.Hidra Macho


Características da constelação:

Hidra Macho, é uma das constelações de Johann Bayer, publicada no seu livro Uranometria em 1603. Era suposto ser a resposta do Hemisfério Sul a Hidra, mas tem muito menos objectos de interesse. Hidra Macho tem aspecto de uma cobra, com a sua cabeça erecta e o seu corpo encurvado. Como muitas destas obscuras constelações, a maioria das suas estrelas são muito ténues.

42.Hidra Serpente do Mar



Características da constelação:


Como constelação, Hidra sinuosamente movimenta-se para baixo do hemisfério Norte, fazendo fronteira com Caranguejo, até Centauro, no hemisfério Sul, estendendo-se por cerca de 100 graus. A um ponto o seu corpo é cortado por outra constelação (a ponta de Taça a Sudoeste). Embora a constelação seja melhor vista em Março e Abril, a sua mais brilhante estrela, alpha Hydrae, passa o trânsito a 12 de Fevereiro. Lentamente nos próximos meses Hidra desliza nos céus cada vez mais cedo. Para encontrar Hidra, localize Régulo (alpha Leonis). Agora desça 20º, passando pela constelação do Sextante. A estrela brilhante a Oeste é Alphard (alpha Hydrae). Encontrou o "coração" de Hidra. Para encontrar a sua "cabeça", procure o grupo compacto de estrelas a Noroeste. É fácil de ser ver a olho nu, ou com binóculos. Estas estrelas não estão tão a norte como Régulo. A cauda deste monstro estica-se para Este, até passando Espiga (alpha Virginis). Tem que esperar até de madrugada para ver estas estrelas, ou então na Primavera, quando aparecem a horas mais decentes. Existem certos objectos de céu profundo interessantes, incluindo dois objectos de Messier, e alguns bons binários. No geral, as estrelas de Hidra são de brilho médio, excepto Alphard (alpha Hydrae). Alphard é uma gigante brilhante, com cerca de 25 vezes o diâmetro do Sol. A sua distância é de 89 anos-luz, e tem uma luminosidade de 95 Sóis. Os Árabes chamavam-lhe "Al Fard al Shuja" (A Solitária na Serpente). Mais tarde Tycho Brahe chamou-lhe "Cor Hydrae" (O Coração de Hidra). Beta Hydrae é a estrela mais a Sul de maior importância. É muito ténue para o seu nome, e contém um binário visual.


História da constelação:

Como algumas outras constelações, a Hidra relaciona-se com a história dos trabalhos de Héracles. Desta vez é o Segundo Trabalho de Héracles. Tendo morto o Leão de Nemeia, a envolver-se na sua pele protectora, Héracles partiu em busca da Hidra. Era um monstro tipo-cão com muitas cabeças. Alguns dizem que tinha sete, outros cinquenta. Euripides, com um exagero característico, deu-lhe 10 mil cabeças. Uma destas cabeças era imortal, o que queria dizer que este monstro era imortal. O seu hálito era mortífero. Com a ajuda de Atenas, Héracles localiza o covil do monstro e depressa se envolvem numa luta de vida ou morte. Héracles corta uma das cabeças do monstro, e logo crescem duas no seu lugar. Héracles então pede ajuda ao seu cocheiro Iolaus. Iolaus dá fogo ao bosque vizinho que cauteriza as feridas do monstro. Como o fluxo de sangue pára, as cabeças da Hidra param de se multiplicar. Finalmente Héracles corta a cabeça imortal e a mesma, já cortada, ainda luta furiosamente. Então o herói dá-lhe com uma enorme pedra. Corta o resta do corpo da Hidra, e mergulha as suas setas na bílis do monstro, que era venenosa. Ao mínimo toque destas flechas, era morte imediata. Embora qualquer pessoa seria tentada a dizer "Bom trabalho", Eurystheus (a pessoa que tinha ordenado a Héracles estes trabalhos) não estava satisfeito. Héracles tinha feito batota, dizia, pois tinha necessitado da ajuda de Iolaus. Pode pensar porque é que Héracles foi forçado a fazer estes trabalho todos. Antes dele próprio ou do seu gémeo ter nascido, Hera decidiu que Eurystheus é que se tornaria rei de Miceneia em vez de Héracles. Então adiantou o seu nascimento; Eurystheus nasceu dois meses antes do previsto. E Héracles, sendo o mais novo dos dois, tornou-se subordinado de Eurystheus. Como nasceu prematuro, este rei era fraco e receoso. Ordenou Héracles fazer doze trabalhos em doze anos em ordem a obrigá-lo a fica afastado do seu próprio reinado, com medo que Héracles ficasse no trono. Eventualmente foi morto ou pelo filho de Héracles (Hyllus) ou pelo seu cocheiro, Iolaus.