Sunday, February 18, 2007

34.Dragão



Características da constelação:


À medida que se enrola à volta do Hemisfério Norte, Dragão é circumpolar, não muito longe do Pólo Norte. De facto Thuban (alpha Draconis) foi antes a Estrela Polar. Mais ou menos na mesma altura em que estas histórias estavam a ser contadas pela primeira vez. Uma muito antiga e extensa constelação, Dragão antigamente ainda tinha mais estrelas. Bem encaixado, Hércules fica a Este de Dragão. Na realidade, alguns cartógrafos desenham a figura de Hércules com um pé em cima da cabeça de Dragão. Dependendo da altura do ano em que se estuda a constelação, a sua cabeça (formada por theta, gamma nu e xi) desenvolve um aspecto diferente. Quando beta e gamma estão "no topo", parecem dois olhos, ou talvez a testa. Noutras alturas do ano a face não é muito distinta. Existem um número de estrelas de Bayer na constelação. Enquanto existem muito poucos objectos de interesse (e apenas um Messier), a constelação tem uma grande variedade de binários a investigar. Thuban é o nome árabe para Dragão. Para encontrar Thuban descubra o tamanho da Ursa Menor e desloque-se até à ponta da Ursa Maior. No meio encontra-se uma estrela ténue, que é Thuban. Pensa-se que a estrela era consideravelmente mais brilhante há alguns milhares de anos atrás. Esta estrela era a estrela polar por volta de 2700 AC. A mesma altura em que os Egípcios estavam construindo as pirâmides! Facto que não escapou aos arqueólogos... O objecto principal no estudo dos arqueólogos é a Grande Pirâmide de Khufu. Diz-se que uma certa passagem na pirâmide foi construída para apontar a Thuban. No entanto, se este argumento está certo, então a pirâmide deve ter sido construída por volta de 2200 AC. O problema é que Khufu é cerca de 500 anos mais velho. Existem muitos livros e artigos sobre o assunto (e sem dúvidas algumas páginas na Internet) para quem deseja aprofundar o problema ou estudar o alinhamento de outras estrelas com os artefactos antigos.


História da constelação:


A antiga história de Dragão diz respeito às Maçãs Douradas das Hesperides e ao 11º Trabalho de Héracles. O 11º trabalho de Héracles (alguns dizem que foi o 12º) era roubar as maçãs douradas da macieira que Gaia (Mãe Terra) havia dado a Hera, Rainha dos Céus, no seu casamento com Zeus. Hera tinha escolhido Ladon, um monstruoso dragão com 100 cabeças, para guardar a sua preciosa árvore. Ladon ficaria no seu jardim, enrolado à volta da árvore, e Hera não teria preocupações em relação ao roubo das maçãs. Héracles pesquisou informação sobre o dragão, descobrindo como o enganar e roubar as maçãs. Uma sugestão era a de ser acompanhado por Atlas, que poderia ajudá-lo. Por se ter oposto a Zeus, Atlas foi punido em ter de carregar o mundo nos seus ombros. Héracles pensou no plano perfeito; oferecia-se para aliviar Atlas do terrível fardo por mais ou menos uma hora, o suficiente para Atlas realizar um favor: ir buscar as maçãs ao jardim de Hesperides. Atlas concordou; tudo por um pequeno descanso. Mas havia um problema: o terrível dragão. Héracles disse para não se preocupar. Disparou uma flecha através do muro do jardim, matando Ladon instantaneamente. Enquanto Héracles segurava o globo, Atlas foi buscar três maçãs douradas. No seu regresso Atlas descobriu que poderia continuar a viver feliz sem o peso do mundo nos seus ombros, e disse a Héracles:"Só mais uns meses, e eu regresso", planeando deixar Héracles a carregar o globo. Héracles concordou mas perguntou a Atlas se podia ficar mais confortável. Pediu a Atlas para carregar o globo uns momentos enquanto acolchoava as suas costas e cabeça. Atlas pôs as maçãs no chão e pegou no globo. Héracles agradeceu-lhe muito e foi-se embora com as maçãs. Quando a Ladon, Hera sentiu-se triste pela sua perda e pô-lo nos céus, perto do pólo norte.

1 comment:

Anonymous said...

Parabéns pelo excelente blog. Muito interessante.