Thursday, February 15, 2007

17.Carena (ou Quilha)



Características da constelação:


Quilha é o lar de Canopus (alpha Carinae), a segunda estrela mais brilhante do céu. O seu nome pensa-se que vem do piloto da frota de navios do Rei Menelaus. Este era o Rei de Esparta que levou os seus habitantes a lutarem por Helena de Tróia; o prémio era Helena em pessoa, que se tornou a sua rainha. De Canopus, o piloto, diz-se que morreu no Egipto depois da queda de Tróia. Canopus - a estrela - era conhecida na Antiguidade como a Estrela de Osíris e adorada em muitas culturas antigas. Esta era a estrela que Posidonius usou em Alexandria, por volta de 260 AC, pois tornou-se a primeira pessoa a calcular um grau da superfície da Terra. Enquanto que é a estrela mais brilhante do Hemisfério Sul, Canopus não é visível para as pessoas a viver a norte da latitude 30. Sendo assim, a Europa a norte de Lisboa não pode ver a estrela, e na América do Norte a estrela é visível apenas aos que vivem a Sul de uma linha desenhada entre São Francisco e Washington D.C., dependendo da topografia local, é claro. Para os habitantes do Hemisfério Sul, Canopus anuncia o começo do Verão, pois culmina a 27 de Dezembro. Canopus é uma supergigante com cerca de 35 vezes o diâmetro do Sol. Anteriormente ao satélite Hiparco, a distância a Canopus era difícil de calcular, com estimativas entre 160 até 1200 anos-luz. O satélite calculou a distância a 313 anos-luz (96 parsecs). A estrela tem uma luminosidade de mais de 12000. Existem umas poucas estrelas de Bayer, pois esta constelação é apenas parte de uma originalmente muito maior. O objecto mais interessante da constelação é Eta Carinae: uma estrela misteriosa que muda a sua magnitude muito irregularmente, de um -0.8 em 1843 até um ténue 7 em meados de 1870. A sua magnitude visual presente é de 6.21. A magnitude absoluta da estrela tem sido difícil de saber. Se utilizarmos a distância de 2000 parsecs, como algumas autoridades dizem, então chegamos a uma magnitude absoluta de -5.3 (e uma distância de 6500 anos-luz). Por outro lado Burnham diz que é -3.3, a uma distância de 2600 anos-luz. A estrela é considerada, ou uma estrela muito jovem, não estando ainda na sequência principal, ou uma muito antiga, aproximando-se do seu fim. Presentemente a segunda teoria parece mais evidente. Quando finalmente morrer, pode criar uma das maiores supernovas já vistas. Eta Carinae é associada com a Nebulosa do Buraco da Fechadura.


História da constelação:

Quando os gémeos Pollux e Castor partiram com Jasão e os restantes Argonautas, eles viajaram no Argo, um navio construído por Argus. Este navio, equipado com 50 remos, onde estavam os 50 melhores homens da Grécia a manejá-los. Navegavam para Colchis, que era a costa Este do Mar Negro. Depois de muitas aventuras Jasão (com a ajuda de Medeia) roubou o Tosão do dragão e navegaram de volta a casa. Diz-se que Atenas comemorou o evento ao pôr o navio, Argo Navis, no céu numa gigante constelação abaixo e a Este de Cão Maior. Sabe-se que o catálogo de Edmund Halley das estrelas do Hemisfério Sul, Catalogus Stellarum Australium (1679), introduziu Argo Navis ao mundo. Em 1763, o trabalho póstumo de Nicolas Louis de Lacaille, Caelum Australe Stelliferum, deu-nos muitas das constelações que agora conhecemos no Hemisfério Sul. Lacaille dividiu o gigante Argo Navis em três constelações: a Quilha, a Popa e a Vela.

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