Friday, February 16, 2007

30.Cruzeiro do Sul


Características da constelação:

Cruz, ou Cruzeiro do Sul, é a constelação mais conhecida do Hemisfério Sul. Esta pequena constelação (a mais pequeno de todo o céu) fez antes parte de Centauro, mas o desejo de ver uma cruz tão brilhante no céu era tão grande que se tornou uma constelação no século XVI. Além da cruz em si, a constelação contém uma nebulosa escura única, um enxame estelar famoso e um magnífico binário. Além das 4 brilhantes estrelas que formam a cruz, as estrelas da constelação são geralmente de 4ª magnitude. Note que embora gammaA e gammaB estejam labeladas como componentes de um binário, estas estrelas apenas formam um binário óptico. As duas estrelas theta também não estão gravitacionalmente agarradas entre si; por outro lado mu1 e mu2 formam um sistema binário. A estrela principal é Acrux (alpha Crucis), um esplêndido binário. A magnitude visual combinada de ambas as estrelas resultam em 0.72. As estrelas estão a 320 anos-luz de distância, e cada uma é aproximadamente uma vez e meia o tamanho do Sol. Alpha Crucis tem um movimento aparente de 236º (Isto é, do nosso ponto de vista, parece que se move muito lentamente na nossa direcção). Outras nesta constelação com semelhante movimento, sendo assim parte de um enxame estelar em movimento, são beta, delta, zeta, lambda, e mu Crucis. O grupo como todo é muito grande, formando o que se chama "Associação Escorpião-Centauro". Beta Crucis (Mimosa) é a estrela mais brilhante do grupo, uma gigante azul-clara (com quase 5 vezes o tamanho do Sol) com uma magnitude de 1.25. Estima-se que a estrela esteja a 580 anos-luz, e tenha uma luminosidade de 8000. É uma estrela variável. Gamma Crucis (Gacrux) forma o topo da cruz. A distância calculada pode estar mal; encontra-se a partir da sua magnitude absoluta e visual. A paralaxe resultante é tão grande que pode ser medida. Embora gammaA e gammaB sejam assim chamadas devido a uma suspeita duplicidade (isto é, formam um sistema binário), os factos são diferentes. As estrelas movem-se em direcções contrárias, e por isso não estão juntas gravitacionalmente. Delta Crucis é o braço a oeste, muito similar em tamanho e distância a alpha Crucis, e faz parte do enxame mencionado acima. A estrela é uma variável tipo beta-CMa.
História da constelação:
Há milhares de anos atrás estas quatro estrelas eram um objecto de veneração nos países do próximo Oriente. Nos tempos bíblicos, há dois mil anos, estavam apenas visíveis no horizonte. Há quem encontra uma conotação religiosa, ligando o seu desaparecimento com a Crucificação de Cristo. Durante o milénio a precessão levou a cruz mais para Sul; já não é visível em latitudes a norte de 25º. Foram os exploradores europeus do século XVI que "redescobriram" o Cruzeiro do Sul. Para estes aventureiros a constelação era um importante relógio, pois quando passava no meridiano (mais ou menos) estava direita ou ao contrário. Assim, ao estudar a inclinação da constelação na perpendicular, os navegadores conseguiam calcular a hora presente.

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