Thursday, May 31, 2007

O Sol

O Sol é a estrela mais próxima de nós. Todos os planetas do sistema solar giram em seu redor e cada um com um período diferente. Ele é o responsável pelo suprimento de energia da maioria dos planetas. Quando as pessoas visitam observatórios as perguntas mais comuns que surgem a respeito do Sol são: o que é o Sol e como ele funciona? Do que ele é feito? Mas, antes de responder a essas perguntas vamos mostrar alguns dados curiosos a respeito do Sol.

O Sol só é uma estrela por causa da grande quantidade de massa que tem, cerca de 334.672 vezes a massa da Terra. É constituído, principalmente pelos gases hidrogénio e hélio, que são os dois gases mais leves que existem.

A massa do Sol

Quando se diz que o Sol tem quase 98% de gases a pergunta mais comum que aparece é: como é possível o Sol ter tanta massa, ser tão grande sendo formado de gases?
Bem, essa é uma longa história que nem mesmo os cientistas que estudam o Sol e outras estrelas sabem explicar exactamente como acontece, mas uma coisa eles sabem: antes de existir o Sol e os planetas o que existia no lugar do sistema solar era uma enorme nuvem de gases e poeira muito maior que o sistema solar. Os gases são os que conhecemos: oxigénio, azoto e principalmente hidrogénio e hélio; a poeira são todos os outros elementos químicos; ferro, ouro, urânio, etc. Mas, a grande parte dessa nuvem era formada por hidrogénio e o hélio. Por algum motivo que ainda não foi devidamente explicado essa nuvem encontrou condições para se começar a aglomerar, juntar-se em pequenos blocos, blocos esse que se começaram a juntar em blocos cada vez maiores. Um desses blocos, o primeiro que se formou, no centro da nuvem, ficou tão grande e pesado que sua força gravitacional tornou-se suficiente para reter os gases com muita facilidade.
Esse bloco aumentou tanto de tamanho e massa que acabou por se transformar numa estrela: o Sol. Os blocos menores que se formaram ao redor do bloco central deram origem aos planetas.
Mas atenção! Os planetas não são blocos expelidos pelo Sol como se pensava no início do século passado.

Localização do Sol

O Sol ocupa uma posição periférica na nossa Galáxia, ou seja, ele está a 33.000 anos-luz do centro galáctico, o que corresponde a 2/3 do raio galáctico. Nós estamos num dos braços espirais, o braço de Orion, como mostra o esquema a seguir. Figura 1: Localização do Sol na Galáxia
O Sol também orbita em relação ao centro gravitacional da nossa Galáxia. O ano do Sol é de aproximadamente 230 milhões de anos terrestres e sua velocidade orbital é de 250 km/s, sendo que todos os demais corpos do Sistema Solar o acompanham nessa viagem. Sabe-se que o Sol realizou cerca de 250 revoluções completas até hoje. A idade do Sol é de cerca de 4,5 biliões de anos.

Astronomia na Idade Média

ASTRONOMIA ÁRABE NA IDADE MÉDIA

Tal como os cristãos dependem dos astros para a determinação da Páscoa, também os árabes dependeram das datas astronómicas para definir as suas cinco horas de oração diárias, para definir a direcção de Meca e o seu calendário lunar.
Entre os séculos IX e XII surgiram e desenvolveram-se três grandes centros de Astronomia árabes.
O primeiro foi na região de Bagdad, onde a "Casa da Sabedoria" criada pelos Califas Abbasid encorajou o desenvolvimento da Ciência como uma forma de louvar a Alá, tendo tido institutos em mais de um local.
O segundo centro de investigação islâmico surgiu no Cairo. Para além do mapeamento do céu, o Cairo distinguiu-se pelo trabalho intelectual do maior físico óptico islâmico, Alhazen (986-1039). Alhazen dissecou olhos de animais e desenvolveu a teoria da formação da imagem no olho. Alhazen experimentou projecções por efeito de câmara obscura e com lentes. Estudou também a refracção atmosférica.
O terceiro centro de investigação astronómica encontrava-se no sul de Espanha. Astrónomos como Arzaquel fizeram observações inéditas e desenvolveram métodos matemáticos de cálculo das trajectórias dos planetas que foram muito além dos métodos desenvolvidos pelos gregos e por Ptolomeu.
Uma das preocupações dos árabes era o desenvolvimento de modelos matemáticos para os céus que coincidissem com os movimentos observados. O trabalho de observação nos três observatórios ao longo dos séculos serviu para acumular determinações das posições dos astros com grande precisão.


Para produzir modelos coerentes foi essencial compilar o trabalho realizado pelos três institutos. Assim, arranjaram formas apropriadas de tabelar os dados astronómicos – os "Al-manunkhs" ou almanaques – cuja estrutura ainda hoje se utiliza. Desenvolveram também a Álgebra, fizeram avanços importantes na trigonometria esférica e criaram o sistema de notação numérica que chamamos hoje numeração árabe, entre outras coisas.
Apesar dos seus avanços, os astrónomos árabes sempre trabalharam dentro da lógica geocêntrica. Fizeram-no por não verem qualquer razão pela qual o Universo Aristotélico de nove esferas não pudesse ser explicado através da Física. Afinal de contas, os corpos celestes pareciam girar à volta da Terra, e fenómenos conhecidos, como a chuva, a queda de pedra ou de projécteis, pareciam revelar que a Terra ocupava o centro do universo atraindo para si todos os corpos.
Os dados recolhidos pela vigorosa Astronomia árabe foram o suporte para as teorias elaboradas por muitos astrónomos medievais europeus.


ASTRONOMIA EUROPEIA NA IDADE MÉDIA

Normalmente é assumido que não houve nenhum desenvolvimento da Astronomia digno desse nome ao longo da Idade Média e que a Igreja perseguia todos os que tinham perspectivas pró -científicas.
No entanto, até ao século XV existe uma vasta bibliografia sobre várias áreas das ciências físicas nomeadamente, ao nível da Astronomia.
Se é verdade que a Igreja controlava a forma de pensar das pessoas através de uma interferência directa na educação das mesmas, a nível universitário (pois todos os professores universitários eram clérigos e a maioria dos estudantes eram monges, frades ou noviços de padres) era ainda assim possível uma vasta liberdade de pensamento entre os eruditos. Assim, era relativamente tolerante quando as ideias surgiam da classe erudita do clero.
Nessa época o grau académico era obtido, não através de um exame escrito, mas através de uma argumentação apresentada em defesa de um qualquer tema realizada contra os que o examinavam.
Até às primeiras consequências do caso Galileu em 1615, a Igreja não tinha qualquer política oficial em relação à Ciência.
Por volta de 380 a.C. Aristóteles havia afirmado que o Universo era imutável, sendo, consequentemente, infinitamente velho, o que de certa forma contrariava a ideia de uma criação e de um início para todas as coisas que era pressuposto pela Bíblia. No entanto, a Igreja tinha conseguido acomodar a teoria Aristotélica.
Contrariamente ao que é comum ouvir-se, não se acreditava que a Terra fosse plana, como pode ser verificado por gravuras dessa época que tentam demonstrar com clareza porque é que a Terra é redonda, com melhores ou piores argumentos.

A Astronomia medieval europeia, à imagem do que aconteceu com os árabes, não foi uma época de grandes descobertas, tendo sido sobretudo uma época de aperfeiçoamento do modelo existente e aceite. Era ideia corrente entre os astrónomos que a Terra estava imóvel no centro do Universo e como ninguém tinha razões para duvidar desta verdade fundamental do sistema geocêntrico desenvolvida por Aristóteles e Ptolomeu, a tarefa dos astrónomos era passar a informação de toda a complexidade e elegância matemática e filosófica de geração para geração. O astrónomo medieval, mais do que investigador, era um erudito.
O acumular de dados relativos ao movimento das estrelas ia, no entanto, levando a que surgissem pequenas adaptações que iam complicando o formalismo matemático. No entanto, nenhuma das soluções resolvia completamente os problemas que se iam verificando à medida que os séculos iam passando. Em particular, determinadas datas consideradas constantes como, por exemplo os equinócios e os solstícios foram-se desviando das datas previstas ao longo do tempo. Isto levou a que certas datas como a Páscoa se fossem desfasando quando se comparava a data de calendário e a data celeste (a Páscoa é determinada a partir da Lua Cheia mais próxima do equinócio da Primavera).

O Calendário Moderno que ainda hoje usamos foi autorizado pelo Papa Gregório em 1582 e que sincronizou a Páscoa com os fenómenos celestes, mas a fórmula que ele utiliza demorou séculos de observação a ser desenvolvida. O tema dos calendários será abordado adiante.
A Astronomia gozava de um lugar destacado no curriculum universitário da Idade Média, que era essencialmente constituído por quatro ciências que tomavam o nome de Quadrivium: a Astronomia, a Geometria, a Aritmética e a Música. De facto, nenhum graduado universitário podia concluir o seu grau sem ser avaliado em Astronomia.

Durante os séculos XIII e XIV foram também feitas tentativas de mecanizar o astrolábio, fazendo rodar os seus discos de estrelas de forma a reproduzir o movimento dos céus.
O resultado acabou por ser bastante diferente e resultou na invenção do relógio accionado a pesos.

Foram discutidas durante a Idade Média ideias revolucionárias que apenas foram retomadas séculos mais tarde como, por exemplo, a existência do tempo. Uma discussão comum era se o Universo divino teria tempo. O Universo divino encontrar-se-ia fora do Universo físico das esferas cristalinas, sendo perfeito e imutável. Por este motivo, o tempo não poderia existir pois o tempo implicava mutação.


Thomas Bradwardine (1290-1349) discutiu as características de um possível Universo infinito e Nicole de Oresme (c. 1320-1382) argumentou ser mais razoável que a Terra tivesse uma rotação em torno de si mesma, que a ideia de todo o Universo a rodar em torno da Terra.
Nicolas de Cusa defendeu um Universo infinito geocêntrico em que para além das esferas cristalinas haveria um Universo infinito que conteria infinitos sóis iguais ao Sol.
Apesar destas ideias controversas, nenhum destes escolásticos teve problemas com a Igreja. De facto, Thomas Bradwardine veio a ser Arcebispo da Cantuária, enquanto Nicolas de Cusa e Nicole de Oresme se tornaram Bispos

Não obstante muito ligada a um modelo geocêntrico vigente, a Astronomia medieval gozou de grande dinamismo intelectual.

De facto, à nossa latitude, se estivermos a olhar para o mar, as "Ursas" parecem girar em torno da Estrela Polar, sem nunca entrarem dentro de água, tal como diziam os gregos.
Esta lenda de grande rigor observacional é válida às latitudes da Grécia e de Roma. A Estrela Polar vai ficando mais baixa à medida que nos aproximamos do equador, deixando de haver estrelas circumpolares a essa latitude. Mas os gregos nunca foram a latitudes tão baixas, pelo que era difícil terem conhecimento desse facto.
A primeira visão do mundo terá obviamente assumido uma realidade local, isto é, que a Terra seria plana.

Os primeiros cosmólogos gregos que são conhecidos a partir de documentos escritos são da próspera ilha grega de Jónia. Anaximenes sugeria que o Sol não se punha, mas apenas era tapado por zonas mais elevadas que existiam a Norte. Claro que isto não explicava porque existia a noite cerrada.
Empédocles viria a explicar os dias e as noites através do modelo da dupla esfera. Uma esfera interior era luminosa numa metade e transparente na outra metade e dava uma volta a cada 24 horas. A outra esfera continha o firmamento visível à noite e que rodava uma vez a cada 365 dias.
Mas se a estabilidade do seu modelo da Terra não estava em dúvida, o status dos céus como um Cosmos onde prevalecia a ordem esteve em questão até que se conseguiu criar leis de movimento que conseguissem explicar os astros "errantes". Com sete pequenas excepções, os corpos celestes moviam-se de uma forma perfeitamente racional, rodando com uma regularidade extrema em torno da Terra com posições fixas, uns em relação aos outros.
Uma vez que os astros "errantes" parecem errar entre os "fixas" de noite para noite ao longo do ano, foi-lhes dado o nome de planetas (derivado do verbo grego equivalente a "errar"). Os sete "planetas" – o Sol, a Lua, Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno – moviam-se individualmente entre as fixas, com velocidades diferentes e com um movimento que aparentemente parecia aleatório, daí que se dissesse que erravam.

Instrumentos Astronómicos na Antiguidade

Os instrumentos com que os árabes trabalhavam tornaram-se altamente especializados, embora não possuíssem telescópios. A sua preocupação em determinar posições angulares de relação entre os corpos celestes levou a que desenvolvessem instrumentos que permitissem medir ângulos.
Foi também neste período que, sob a influência do desenvolvimento da Astronomia árabe, começaram a ser aperfeiçoados instrumentos específicos (leves e menos sensíveis aos ventos) para a navegação que seriam utilizados em todo o período da expansão, nomeadamente o quadrante marítimo em madeira, o astrolábio náutico para a determinação da latitude e a balestilha.


O astrolábio é um instrumento usado para medir a altura dos astros acima do horizonte. Inventado por Hiparco de Nicéia, era usado para determinar a posição dos astros no céu e foi por muito tempo utilizado como instrumento para a navegação marítima com base na determinação da posição das estrelas no céu.


O astrolábio astronómico consistia numa série de placas circulares de latão acopladas a um transferidor com uma mira-ponteiro que permitia medir a altura dos astros, para além de realizar cálculos.
O disco inicial foi parcialmente aberto para diminuir a resistência ao vento. O manejo do astrolábio exigia a participação de duas pessoa; consistia em grande círculo, por cujo interior corria uma régua; um homem suspendia o astrolábio na altura dos olhos, alinhando a régua com o sol enquanto outro lia os graus marcados no círculo.


Mais tarde, o astrolábio foi simplificado e substituído pelo sextante.
O sextante é um instrumento destinado a medir ângulos horizontais e verticais, especialmente a altura dos astros. O seu limbo tem uma extensão angular de 60º (origem da designação sextante) e está graduado de 0º a 120º. Nele corre uma alidade destinada a apontar o instrumento ao objecto visado e a realizar a leitura do ângulo medido. Um sistema de dupla reflexão, formado por um espelho móvel e um espelho fixo, permite efectuar a coincidência entre as imagens do horizonte visual e do objecto observado (ou dos dois objectos observados, no caso de se pretender medir o ângulo entre eles).


Outro instrumento utilizado é o quadrante.
Tal como o nome indica, um quadrante é um instrumento que consiste, essencialmente, num quarto de círculo graduado, ao qual se associa um fio-de-prumo. A sua função primária é a medição de alturas (sendo altura aqui entendida como distância angular de um objecto em relação ao horizonte), mas terão existido formas mais sofisticadas, com traçados que permitiam determinar a hora a partir da altura do Sol. Foi porventura o primeiro instrumento astronómico utilizado pelos navegadores portugueses e terá sido empregue, sobretudo, na medição da altura da Estrela Polar para determinar a latitude.


Quando se encontravam no hemisfério norte, os navegadores portugueses utilizavam o quadrante para calcular a latitude a partir desta estrela, uma vez que, em primeira aproximação, a sua altura é igual à latitude do lugar de observação. Estes procedimentos darão matéria para uma discussão sobre a precisão das medições e a importância da tecnologia no aumento dessa precisão. Uma actividade interessante consiste em comparar o comportamento da Polar em relação às outras estrelas, no que se refere à sua posição aparente.
O quadrante também pode ser utilizado para medir a separação angular entre objectos astronómicos.


Não existem vantagens nem desvantagens entre esses instrumentos antigos de navegação de certa forma são instrumentos perfeitos que atendem suas funções. A função do astrolábio é uma e o quadrante é outra. A única diferença (interpretada com vantagem) é o facto de um ser um instrumento terrestre para usar numa ilha ou num continente e mirar uma determinada estrela próximo ao polo Estrela Polar e o outro um instrumento de bordo mais fácil de trabalhar para calcular a passagem meridiana com a sombra do sol ambos funcionavam bem tanto no hemisfério sul como no hemisfério norte mas principalmente o astrolábio pelo seu peso é indicado para funcionar embarcado, capaz de permanecer na vertical apesar do balanço do navio!

A balestilha é um instrumento utilizado para determinar a latitude. Foi bastante utilizado pelos Portugueses na Época dos Descobrimentos. Era usada para ajudar a determinar a latitude do navio através de observações da altura do Sol. A origem do seu nome remonta ou de “balhestra”, que significa besta, a arma medieval, ou, mais provavelmente, do árabe “balisti”, que significa altura.
É basicamente constituída por uma régua de madeira e pelo virote na qual se coloca a soalha que corre na perpendicular em relação ao virote. A leitura do ponto onde se encontrava o astro era feita no ponto da escala gravada no virote onde a soalha se encontrava.
Terá sido o primeiro instrumento desta época a utilizar o horizonte do mar, mesmo tendo aparecido depois do astrolábio e do quadrante.

Os Astrónomos da Grécia Antiga

Tales de Mileto (624 - 546 a.C.) introduziu na Grécia os fundamentos da astronomia, trazidos do Egipto. Pensava que a Terra era um disco plano em uma vasta extensão de água.

Pitágoras de Samos (572 - 497 a.C.) acreditava na esfericidade da Terra, da Lua e de outros corpos celestes. Achava que os planetas, o Sol, e a Lua eram transportados por esferas separadas da que carregava as estrelas. Foi o primeiro a chamar o céu de cosmos.

Aristóteles de Estagira (384 - 322 a.C.) explicou que as fases da Lua dependem de quanto da parte da face da Lua iluminada pelo Sol está voltada para a Terra. Explicou, também, os eclipses: um eclipse do Sol ocorre quando a Lua passa entre a Terra e o Sol; um eclipse da Lua ocorre quando a Lua entra na sombra da Terra.
Aristóteles argumentou a favor da esfericidade da Terra, já que a sombra da Terra na Lua durante um eclipse lunar é sempre arredondada. Afirmava que o Universo é esférico e finito.

Aperfeiçoou a teoria das esferas concêntricas de Eudoxus de Cnidus (408-355 a.C.), propondo, no seu livro De Caelo, que "o Universo é finito e esférico, ou não terá centro e não pode se mover."
Aristóteles e Eudóxio propuseram sistemas dos mundos em que os planetas girariam em esferas concêntricas, com o centro das esferas dado pela Terra (Figura 2); no entanto este sistema não explicava que o carácter errante dos astros, nem as variações de velocidade que os mesmos apresentavam em relação ao fundo cósmico.
O carácter errante dos planetas apenas viria a ter pela primeira vez uma descrição convincente com o trabalho de Ptolomeu no século II D.C..
Figura 2 – O Cosmos de Aristóteles.

Heraclito de Pontus (388 - 315 a.C.) filósofo e astrónomo grego, discípulo de Platão. Foi o primeiro a afirmar o movimento de rotação da Terra, propondo que esta girava diariamente sobre seu próprio eixo, que Vénus e Mercúrio orbitam o Sol, e a existência de epiciclos.

Aristarco de Samos (310-230 a.C.) foi o primeiro a propor a Terra se movia em volta do Sol, antecipando Copérnico quase 2000 anos. Entre outras coisas, desenvolveu um método para determinar as distâncias relativas do Sol e da Lua à Terra e mediu os tamanhos relativos da Terra, do Sol e da Lua.


Eratóstenes de Cirênia (276 - 194 a.C.), nasceu em Cirene (actualmente na Líbia) em 276 a.C.. Foi astrónomo, historiador, geógrafo, filósofo, poeta, crítico teatral e matemático. Estudou em Alexandria e Atenas. Por volta de 255 A.C. foi o terceiro director da Biblioteca de Alexandria. Trabalhou com problemas matemáticos como a duplicação do cubo, os números primos e escreveu inúmeros livros que foram quase todos perdidos quando do incêndio da Biblioteca de Alexandria e dos quais apenas se sabe da existência pela referência nas obras de outros autores. Por esta razão, muitos põem em dúvida que algumas das determinações que lhe são atribuídas sejam de facto suas. Foi o primeiro a medir o diâmetro da Terra.

Ele notou que, ao ler um papiro da Biblioteca, encontrou a informação de que na cidade egípcia de Siena (actualmente chamada Assuão), a cerca de 800 km a sul de Alexandria, ao meio-dia de 21 de Junho (solstício de verão) podia observar-se o fundo de um poço iluminado pelo Sol, ou seja, o Sol estava incidindo perpendicularmente à Terra em Siena. Já em Alexandria isso não ocorria; medindo o tamanho da sombra de um bastão na vertical, Eratóstenes observou que em Alexandria, no mesmo dia e hora, o Sol estava aproximadamente 7ºmais ao sul.
Por que seriam as sombras diferentes, no mesmo dia e à mesma hora? Eratóstenes previu correctamente a resposta: porque a terra é redonda. Se fosse plana, as sombras seriam necessariamente iguais.
É fácil ver que o ângulo que o raio do Sol faz com a vertical em Alexandria é exactamente a diferença de latitudes entre Alexandria e Siena.
Figura 5 – Se a Terra fosse plana, o ângulo de incidência dos raios solares seria igual em toda a superfície da Terra.

A distância entre Alexandria e Siena tinha cerca de 4900 estádios. Um estádio era uma unidade de distância usada na Grécia antiga (cada estádio corresponde a cerca de 190 m).
Como 7 graus corresponde a 1/50 de um círculo (360 graus), Alexandria deveria estar a 1/50 da circunferência da Terra.
Assumindo que a Terra, além de redonda, era esférica, Eratóstenes calculou que se à diferença de 7º na latitude correspondiam a 4900 estádios, então os 360º do meridiano teriam um perímetro de 252 000 estádios (há autores que defendem que terá calculado 250 000 stadia).


Eratóstenes também estimou a distância ao Sol em 804,000,000 stadia e a distância à Lua em 780,000 stadia. Obteve estes dados usando dados obtidos durante os eclipses de Lua.
Ptolomeu referiria mais tarde que Eratóstenes mediu o desvio do plano da eclíptica relativamente ao equador celeste com grande precisão, obtendo o valor 11/83 de 180º, o que significa 23º 51’ 15", o que é bastante próximo dos actualmente aceites 23º 27’ 30". Compilou ainda um catálogo de 675 estrelas.

Hiparco (194 a.C. - 120 a.C.), em grego Hipparkhos, nascido em Nicéia, na Bitínia, na Ásia Menor, foi um astrónomo, construtor, cartógrafo e matemático.
Considerado o maior astrónomo da era pré-cristã, viveu em Alexandria e em Rodes a partir dos 30 anos e se dedicou ao estudo das estrelas até a sua morte. Ele usou e introduziu na Grécia a divisão da circunferência em 360º, dos babilónicos, ao invés da divisão grega em 60 graus. Estudou também as funções trigonométricas, sendo, assim, por alguns, considerado o criador da Trigonometria.
Dividindo o diâmetro do círculo em 120 partes, ele determinou, pelo cálculo, e não somente por aproximações, o valor das cordas com relação às diversas partes do diâmetro.
Construiu a dioptra ou bastão de Tiago, uma régua graduada, com um guia e um cursor, usada para medir ângulos.
Estabeleceu uma tabela de cordas para facilitar os cálculos astronómicos e desenvolveu um método para a solução dos triângulos esféricos. Na geometria plana, elaborou um teorema conhecido como o teorema de Ptolomeu.
A ele se atribui a invenção da esfera armilar ou astrolábio esférico.
Hiparco também elaborou uma tabela de ascensão dos signos, estudou a determinação da hora nocturna, mediu as dimensões de distâncias do Sol e da Lua. Por volta de 128 a.C., escreveu "Sobre a Posição dos Pontos de Equinócio e de Solstício", onde comparou as suas observações com as do estudioso Timocárides. Neste estudo verificou que as posições estelares não são fixas. Escreveu também "Sobre a Duração do Ano" onde disse que os equinócios se deslocam sobre a eclíptica, em uma velocidade de 1/100 de grau por ano e que este movimento acontece em volta dos pólos da eclítica. Definiu com maior precisão o ano sideral e ano trópico.
A sua última obra foi o "Catálogo das Estrelas Fixas", onde descreve a forma das constelações e enumera 850 delas, compilando um catálogo com a posição no céu e a magnitude destas. A magnitude, que especificava o brilho da estrela, era dividida em seis categorias, de 1 a 6, sendo 1 a mais brilhante, e 6 a mais. Também aí, informou as coordenadas eclípicas destas, sendo que uma delas, a longitude, variava devido à precessão dos equinócios.
Hiparco inventou a projecção estereográfica e idealizou uma rede fundamental, em que toda a Terra estaria representada graficamente e qualquer ponto pudesse ser encontrado com o uso da latitude e da longitude.
Por haver idealizado a comparação de posições estelares em diferentes épocas, Hiparco é o iniciador de métodos que foram usados pelos 2000 anos seguintes.

Quase todas as suas obras se perderam. O que hoje se sabe sobre Hiparco advém de historiadores ou outros astrónomos. O seu único trabalho que sobreviveu ao tempo é um comentário sobre "Fenómenos", um tratado de astronomia escrito por Eudóxio de Cnido, contemporâneo de Platão. O comentário a um poema astronómico de Arato de Soles, uma descrição de constelações. Fora esse trabalho menor, o único conhecimento que se tem da obra de Hiparco está em escritos posteriores, especialmente nos de Estrabão e de Ptolomeu, nomeadamente no Almagesto.
Nem mesmo se encontrou o local em que ele fundou um observatório, em Rodes; mas sabe-se com certeza que desenvolveu ali importantes actividades de 128 a 127 a.C.
Segundo historiadores, até o final da vida dedicou-se ao estudo da Lua e elaborou a previsão dos eclipses futuros, por 600 anos.


Claudius Ptolemaeus, Ptolemeu ou Ptolomeu, (85 - 165 d.C.) foi um polímata grego reconhecido pelos seus trabalhos em astrologia, astronomia e cartografia (onde ficou conhecido por ser um dos primeiros cartógrafos, se não o primeiro, a usar escala em mapas). Ptolomeu viveu e trabalhou em Alexandria, no Egito.
Os seus antepassados lutaram ao lado de Alexandre Magno, no século IV a.C., herdando o Egito, que seria governado até à anexação romana pela dinastia ptolomaica, após a morte de Alexandre (323 a.C.).
A sua grande obra astrológica ficou conhecida como Tetrabiblos, o primeiro manual da especialidade, baseado em escritos e documentos mais antigos babilónicos, egípcios e gregos. É o autor da obra Geografia, em oito volumes. O seu sistema cosmológico ensinava que a Terra estava no centro e os outros corpos descreviam círculos concêntricos ao seu redor. Ptolomeu foi considerado o primeiro "cientista celeste".
Ele sofria sérios problemas com supostas "vozes" interiores. Muitos historiadores afirmam ter sido Ptolomeu quem escreveu que "a soma de dois catetos elevados ao quadrado é igual ao quadrado da hipotenusa", o teorema atribuído ao Pitágoras.

Ptolomeu foi o último astrónomo importante da antiguidade. Não se sabe se ele era egípcio ou romano.
Fez grandes contribuições para a Ciência, não apenas à Astronomia, mas também à Matemática e à Geografia. Ele reuniu uma série de treze volumes sobre astronomia, conhecida como o Almagest (Figura 9), que é a maior fonte de conhecimento sobre a astronomia na Grécia.
Também fez medidas cuidadosas dos planetas e elevou o sistema geocêntrico a um nível de funcionamento quase perfeito. Não acreditava na rotação da Terra e não tinha qualquer ideia sobre a natureza das estrelas, mas o seu sistema encaixava nos factos observados.
O Almagest é considerado por muitos como a maior compilação de conhecimentos da Antiguidade. Tem havido muitas tentativas de minimizar a importância de Ptolomeu. No entanto, muitos dos que estudam a história da Astronomia cognominaram-no de "Príncipe dos Astrónomos".


No Almagest, Ptolomeu sugere um sistema dos mundos geocêntrico. O sistema geocêntrico resultante é muitas vezes chamado sistema ptolemaico. Este sistema possuía pela primeira vez a explicação para o carácter errante dos planetas, para além de explicar as diferenças de velocidade entre os diferentes pontos da alegada órbita do planeta em torno da Terra.
Era um sistema extremamente complexo conjugando movimentos circulares uniformes em combinações variadas.

ASTRONOMIA NA ANTIGUIDADE

A ASTRONOMIA NO MÉDIO ORIENTE
A Astronomia teve dois objectivos relacionados um com o outro. Por um lado, mostrar que os movimentos dos planetas não eram aleatórios mas sim regulares e previsíveis e, por outro, ser capaz de prever esses mesmos movimentos com grande perspicácia.
O primeiro dos dois objectivos foi definido pelos Gregos, tendo o esforço quanto ao rigor das primeiras medições sido primeiramente desenvolvido pela distinta civilização da Babilónia.
Quando Alexandre, o Grande, invadiu a Pérsia no século IV a.C., as duas formas de estudar o céu fundiram-se.


Babilónia
Os primeiros observadores celestes da Babilónia são muitas vezes encarados como astrólogos. No entanto, esta visão não está correcta. Os babilónicos estavam extremamente alertas relativamente a quaisquer fenómenos ou ocorrências da Natureza em qualquer área do saber, tentando prevê-las de forma a evitar eventuais desastres provocados pelas mesmas.
O calendário babilónico era lunar, pelo que o ciclo da Lua era de extrema importância.
Tendo os meses lunares de cerca de 28 dias, o calendário das culturas determinado pelo ano solar tinha entre doze e treze meses. Durante muito tempo os babilónicos tiveram que fazer ajustes, mas por volta do século V a.C. descobriram que 235 meses lunares eram exactamente 19 anos solares. Assim, passaram a intercalar 7 meses em cada 19 anos de forma regular.
O calendário lunar da Babilónia foi o primeiro a ser dividido em quatro períodos correspondentes às quatro fases da Lua. Esta divisão em períodos de sete dias deu origem às semanas tal como as conhecemos hoje. De facto, como se pode ver da Tabela 1, o nome dos dias da semana advém do nome do objecto celeste adorado em cada dia na Babilónia.


Os Babilónia transferiram para os gregos as suas aritméticas envolvendo o tempo e distâncias angulares. Era isto precisamente que faltava aos gregos para transformar as suas cosmologias teóricas em modelos geométricos a partir dos quais se puderam determinar com elevada precisão os acontecimento.
Mesopotâmia
Com relação aos primeiros povos pré-cursores da astronomia, na antiguidade, podemos dizer que não há uma certeza, alguns autores afirmam que foram os Sumérios, já outros acreditam ter sido os Caldeus, enfim, o interessante é que ambos tiveram contribuição e por incrível que pareça, os seus estudos foram bastante parecidos , pois ambos associaram os astros vistos no céu a divindades e demónios. Estes acreditavam que as estrelas e os planetas tinham alguma influência nas suas vidas e foi daí que surgiu, inicialmente, a astrologia. Os Sumérios confiavam que os seus destinos, na terra, eram determinados pelos astros, levando a sério esses estudos. Os Caldeus, por sua vez, acreditavam na influência de demónios, que actuavam na natureza e tinham a pretensão de atemorizar o homem e causar-lhe sofrimento e dor. Infelizmente, não há um estudo aprofundado a respeito dos povos antigos da mesopotâmia em relação aos seus estudos sobre os astros. Segundo as escritas encontradas em tábuas de argila, eles já sabiam a duração do mês, conseguiam prever eclipses e também possuíam conhecimentos sobre as durações das fases da lua.


Egipto
Os astros para os egípcios tinham um significado muito importante em termos de misticismo e crenças, em especial o astro rei, o “Sol”, que para eles era conhecido como o Deus Rá. Para os sacerdotes egípcios, o sol, os planetas e as estrelas mais brilhantes do céu, eram sagrados porque eles consideravam-nos como Deuses. Embora os castigassem com secas no Verão, quando surgia a estrela Sírius no céu, eram recompensados com as cheias do rio Nilo, permitindo a plantação e a colheita. Os faraós também utilizaram os astros a seu favor pois, uma vez que eles eram os filhos do Sol e, assim, considerados como deuses, puderam governar sem muita interferência de grupos de pessoas que pudessem revoltar-se contra o sistema; Sem falar que, a população dificilmente discordaria dos Faraós porque acreditavam que, caso o fizessem seriam castigados pelos ” Deuses”.
Os egípcios tinham um sistema dos mundos profundamente mitológico. No entanto, tinham noções observacionais muito concretas e correctas.
Para a construção das pirâmides era importante achar o alinhamento a Norte, pois uma das faces deveria ficar perfeitamente virada a Norte. Os Faraós, com a ajuda de uma sacerdotisa e de escravos, alinhavam estacas na direcção Norte, procurando-a com as guardas da Ursa Maior . O alinhamento obtido era então usado para construir as partes laterais da pirâmide, perpendicularmente às quais deveriam ficar os topos sul e norte (Figura 7).



O facto da transmissão do conhecimento ser empírico, e não actualizado, faz com que as pirâmides do Egipto, além de possuírem desfasamentos ligeiros relativamente ao Norte verdadeiro, tenham desfasamentos diferentes de pirâmide para pirâmide à medida que o eixo da Terra foi precedendo.




Grécia

Entre todos os povos da antiguidade ocidental, os gregos foram os primeiros que, para além de acumularem registos dos observados (o que quase todos os povos tinham feito), souberam afastar o sobrenatural, a magia e a superstição da interpretação dos fenómenos observados, especialmente no que se refere aos acontecimentos celestes. Com os gregos, essas explicações passam a ser naturais, mecânicas, geométricas, etc., deduzindo-se teorias a partir dos factos observados e da experiência. Tais explicações continham já o início da atitude científica e originaram progressos notáveis, em poucos séculos.
O ápice da ciência antiga deu-se na Grécia, de 600 a.C. a 400 d.C.. Do esforço dos gregos em conhecer a natureza do cosmos, e com o conhecimento herdado dos povos mais antigos, surgiram os primeiros conceitos de Esfera Celeste, uma esfera de material cristalino, incrustada de estrelas. Desconhecedores da rotação da Terra, os gregos imaginaram que a esfera celeste girava em torno de um eixo passando pela Terra.
Observaram que todas as estrelas giram em torno de um ponto fixo no céu e consideraram esse ponto como uma das extremidades do eixo de rotação da esfera celeste.
Há milhares de anos, os astrónomos sabem que o Sol muda sua posição no céu ao longo do ano, movendo-se, aproximadamente, um grau para leste por dia. O tempo para o Sol completar uma volta na esfera celeste define um ano. O caminho aparente do Sol no céu durante o ano define a eclíptica (assim chamada porque os eclipses ocorrem somente quando a Lua está próxima da eclíptica).
As constelações são grupos aparentes de estrelas. Os antigos gregos, os chineses e egípcios antes deles, já tinham dividido o céu em constelações.

As primeiras observações da Grécia Antiga são melhor conhecidas pelo conjunto de lendas e mitos que até nós chegaram do que pela existência de documentos escritos.
De facto, os gregos observaram a maior parte dos movimentos aparentes do céu e documentaram-nos de forma por vezes não muito científica. Porém, sem sombra de dúvidas, rigorosa quanto às observações por eles efectuadas.
Quando dizemos que a forma como as observações eram documentadas não era muito rigorosa, não podemos esquecer que nos encontrávamos na fase do mito, em que as entidades divinas eram a explicação do inexplicável à luz dos conhecimentos de então. Assim, todas as observações que não possuíam explicação, de acordo com os seus conhecimentos, davam origem a "novelas", em que os protagonistas eram os deuses, constituindo aquilo que se chamou mais tarde de mitologia grega.
Vejamos um exemplo da forma como foi documentada uma constatação observacional. Já na Mesopotâmia, no Egipto e na Grécia Antiga sabia-se que a esfera celeste rodava em torno do Pólo Norte Celeste, havendo algumas estrelas que, à sua latitude, nunca desapareciam, como é o caso das estrelas que constituem as constelações da Ursa Maior e Ursa Menor. Diz-se que essas estrelas são circumpolares, por se encontrarem suficientemente próximas do Pólo Celeste para que tal ocorra.

ASTRONOMIA PRÉ-HISTÓRICA

Desde tempos antigos o homem olhou o céu.
A história da Astronomia está intimamente ligada à história do próprio Homo Sapiens, enquanto espécie capaz de estruturar sociedades e de construir conhecimento a partir da transmissão de informação de geração para geração.
O céu, para as sociedades primitivas de todo o Mundo, constituía um importante recurso cultural. Os comerciantes marítimos navegavam pelas estrelas, as comunidades agrícolas usavam-nas para saber quando deviam semear as suas culturas, coligavam determinados objectos celestes a eventos cíclicos, associando estes quer a entidades terrenas como divinas.
Existem alguns exemplos em que é clara a integração dos objectos celestes em culturas pré-históricas. Por exemplo, foram encontradas máscaras em que é clara a integração de elementos celestes nas mesmas; esse tipo de motivos continua patente em muitas tribos primitivas actuais .

A contemplação do céu também permitiu ao homem primitivo reconhecer a existência de fenómenos que, repetindo-se com suficiente regularidade, lhe possibilitaram estabelecer padrões naturais de tempo: a sucessão dos dias e das noites, e noutra escala, as fases da lua foram talvez as regularidades mais óbvias.
Desde a antiguidade, o céu vem sendo usado como mapa, calendário e relógio. Os registos astronómicos mais antigos devem-se aos chineses, babilónios, assírios e egípcios. Naquela época, os astros eram estudados com objectivos práticos, como medir a passagem do tempo (fazer calendários) para prever a melhor época para a plantação e colheita, ou com objectivos mais relacionados à astrologia, como fazer previsões do futuro, já que, não tendo qualquer conhecimento das leis da natureza (física), acreditavam que os deuses do céu tinham o poder da colheita, da chuva e mesmo da vida.


Evidencia-se de que conhecimentos astronómicos muito antigos foram deixados na forma de monumentos, como o de Newgrange, construído em 3200 a.C. (Figura 2).
Figura 2 – Newgrange. No solstício de Inverno o sol ilumina o corredor e a câmara central.

Ao longo da Europa existem restos megalíticos, construídos nos terceiro e segundo milénios antes de Cristo, que contêm alinhamentos que foram elaborados por razões astronómicas.
O alinhamento de Stonehenge (Figura 3) ao meio-dia do solstício é talvez a maior manifestação da Astronomia dos nossos antepassados.
Não é provável, apesar da precisão que se verifica com certos acontecimento astronómicas, que Stonehenge tenha funcionado como observatório astronómico, no sentido actual do termo, sendo mais provável que tenha sido um local de culto para rituais pagãos ligados a esses mesmos acontecimentos. O eixo do alinhamento de Stonehenge encontra-se na direcção do nascer-do-sol no solstício de Inverno, e em direcção ao pôr-do-sol no solstício de Verão.




Figura 3 – Stonehenge. Cada pedra pesa em média 26 ton. A avenida principal que parte do centro da monumento aponta para o local no horizonte em que o Sol nasce no dia mais longo do verão (solstício). Nessa estrutura, algumas pedras estão alinhadas com o nascer e o pôr-do-sol no início do verão e do Inverno.



Elementos megalíticos deste tipo são comuns na Grã-Bretanha, encontrando-se os círculos exteriores constituídos por 27 ou 28 pedras, que representam a duração do ciclo lunar. A Figura 4 representa uma reconstituição de Stonhenge, considerado como círculo de pedras estruturado de forma padrão.
Figura 4 – Reconstituição do que terá sido o aspecto de Stonehenge no segundo milénio a.C.



Em Portugal, existe um monumento megalítico deste tipo, próximo de Évora: o Cromeleque dos Almendres. Este constitui a maior planta neolítica da Península Ibérica, com 92 menires parcialmente trabalhados formando círculos e alinhamentos relacionados com efemérides astronómicas.

Figura 5 – Cromeleque de Almendres.


Os povos da Antiguidade rapidamente se aperceberam da vantagem de agrupar as estrelas em constelações[T1] , o que permitia identificá-las posteriormente com maior facilidade. As posições relativas das estrelas sugeriram-lhes figuras no céu que, com grande imaginação, foram associadas a representações de animais, heróis e outras figuras lendárias, que ainda hoje restam vestígios nos nomes actuais de muitas constelações. Também os planetas, sem excepção, receberam nomes de antigos deuses, tradição que chegou aos nossos dias. Estes grupos de estrelas, tal como os restantes, não pareciam mudar de forma com a passagem do tempo e foram as primeiras constelações que o Homem imaginou.
Observando sistematicamente o céu, o Homem aprendeu prever as estações, a contar a passagem dos anos e a situar os acontecimentos no tempo.
É certo que alguns acontecimentos raros, como os eclipses e as passagens dos cometas, pareciam perturbar esta ordem natural e eram, por isso, muitas vezes tomado como ameaças dos deuses descontentes com os homens.
Assim, alguns povos desenvolveram calendários e conseguiam prever alguns eclipses e até posições aproximadas dos planetas (os cinco planetas observáveis à vista desmarcada (Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno) são conhecidos desde há milénios. O seu movimento em relação às estrelas foi detectado desde a mais remota antiguidade).
Estas tentativas de explicação desempenharam para os primitivos um papel semelhante á nossa curiosidade científica.
A crescente confiança nas regularidades observadas e nos benefícios escolhidos fomentou a cumulação de registos e observações. Como resultado, e ao longo dos séculos, foram feitas previsões cada vez mais rigorosas e antecipadas. Houve também algumas modificações – por vezes drásticas – na maneira como o Homem foi encarado no Universo. No entanto, e para além dessas modificações, as regularidades da natureza foram e são o suporte da ciência e da base da confiança que nela depositamos.


[T1]As maiorias das constelações do hemisfério norte são conhecidas desde a Antiguidade. Pensa-se actualmente que foi na Mesopotânea, cerca de 5000 a.C., que essa sistematização do estudo do céu se iniciou.

Friday, April 27, 2007

Astronomia na Antiguidade

A Astronomia, uma das ciências mais antigas, surgiu a partir dos esforços feitos por sucessivas gerações de pessoas que procuraram, ao longo dos séculos, interpretar o espectáculo maravilhoso e intrigante que o céu lhes proporcionava.
Começou por ser fundamentalmente utilitária e as suas aplicações destinavam-se a satisfazer as necessidades urgentes da humanidade: para a agricultura, base da subsistência, era vital determinar o início das estações do ano, prevendo as épocas mais adequadas para as sementeiras; as cerimónias e rituais religiosos tinham de ser realizados em épocas próprias.
A Astronomia foi também indispensável à navegação longe das costas, permitindo aos navegadores o conhecimento das suas posições no mar e a determinação dos rumos a seguir: sem ela, os descobrimentos não teriam sido possíveis e o Homem dificilmente se teria aventurado a cruzar os oceanos.
Durante o século XVIII, a Astronomia, conciliando observações e teorias, atingiu uma fase evolutiva que permitia explicar o que se observava e prever acontecimentos futuros.
Essa aventura do conhecimento, iniciada há milénios, ainda hoje continua: nas últimas décadas nenhuma outra ciência fez um progresso comparável ao da Astronomia.

88.Raposa

Características da constelação:

Vulpécula, a Raposa, é uma das constelações inventadas por Johannes Hevelius, introduzida no seu catálogo estelar póstumo em 1690 (ver “Lagarto” para mais comentários sobre Hevelius). O asterismo parece-se mais com uma gaivota a voar vista de face. A constelação era originalmente chamada Vulpecula cum Anser, “A Raposa e o Ganso”. É uma constelação ténue, com as suas estrelas estando em maioria por volta das 4ª e 5ª magnitudes. Raposa tem alguns objectos de céu profundo de interesse: um binário, um par de variáveis, e até um objecto de Messier.

87.Peixe Voador

Características da constelação:

Peixe voador é uma daquelas constelações introduzidas por Johann Bayer no seu mapa estelar de 1603. Chamou-lhe Piscis Volans. O asterismo mostra uma vista lateral de um peixe-voador (mais ou menos). É uma das constelações em que alpha não é a estrela mais brilhante, beta Volans é ligeiramente mais, e outras três estrelas são mais brilhantes que alpha Vol. Peixe voador tem muito poucas atracções para o amador; dois binários razoáveis e uma galáxia ténue.

86.Virgem

Características da constelação:

Virgem é a segunda maior constelação (a seguir a Hidra). Como membro do zodíaco, Virgem tem um grande número de mitos antigos e contos. Alpha Virginis é conhecida como Espiga: o “ouvido do trigo” que a deusa transporta. Espiga é um binário eclipsante azul-esbranquiçado com um período de mais ou menos 4 dias. A estrela tem o dobro do tamanho do Sol, mas com uma luminosidade 2000 vezes maior. Gamma Virginis tem o nome do deus Romano da profecia: Porrima. Porrima é um binário notável que duas estrelas gémeas. Encontra-se a 32.9 anos-luz de distância e tem um diâmetro de 1.5 Sóis.


História da constelação:

Virgem é muitas vezes representada como uma “ama”. Na Antiguidade, pode ou não ter sido Ísis, a deusa egípcia, protectora dos vivos e dos mortos, e a deusa-mãe principal. Também foi Ishtar, da civilização Suméria-Caldeia, ou “Inanna”, que significa Rainha do Céu. Inanna é descrita como uma deusa do amor ambiciosa, agressiva e exigente. No tempo dos Romanos, a deusa Ceres era aqui representada: a deusa do crescimento das plantas comestíveis e das culturas, particularmente milho. O seu festival era na segunda semana de Abril, à mesma altura em que a constelação aparecia nos céus da Primavera. Os Romanos simplesmente adoptaram uma deusa grega mais antiga, Demeter. Esta deusa da agricultura nasceu em berço de ouro: filha de Cronus e Rhea, era a irmã de Zeus. Como prova da sua longevidade no folclore grego, o seu nome foi encontrado numa tábua encontrada em Pylos que data do século XIII AC. Demeter foi descrita por Homero como “ter-se deitado com Iasion num campo areado”, no qual resultou o nascimento de Plutus, nome que significa “riqueza dos solos” (talvez “cornucópia” seja uma boa descrição). A deusa era descrita, tal como agora, carregando um joio de trigo. Mas a sua influência não está apenas ligada aos cereais, mas também a todos os outros cultivos. Sendo assim, não é de surpreender que seja também a deusa da saúde, dos nascimentos e dos casamentos. Uma cerimónia em sua honra na Grécia antiga era chamada Proarktouria, o que indica que as festividades tinham início antes do nascimento de Arcturo. No entanto o nome pode fazer referência à constelação de Virgem, que nasce de facto antes de Arcturo.

Sunday, March 18, 2007

85.Vela


Características da constelação:

Tal como mencionado em “Quilha”, Jasão e os Argonautas navegaram a bordo do Argo Navis em ordem a capturar o Tosão Dourado. A constelação que comemorou esta aventura está agora partida em três: a Quilha, a Popa, e a Vela. As estrelas que constituem a vela estão dispersas. Alguns mapas estelares adicionam mais umas quantas estrelas em ordem a fazer a vela maior. Por vezes os observadores associam as estrelas da parte de baixo, kappa Velorum e delta Velorum, com iota Carinae e epsilon Carinae, e pensam que estão a ver o Cruzeiro do Sul. O verdadeiro Cruzeiro do Sul encontra-se na constelação vizinha de “Crux”; esta cruz partilhada por Vela e Quilha tem o nome de Falsa Cruz. Embora Vela não seja uma constelação nada especial, tem um número de bons objectos, incluíndo a estrela Wolf-Rayer mais brilhante, um pulsar óptico, e uma variável pulsante que é o protótipo de uma classe de cefeida.

84.Ursa Menor


Características da constelação:

Ursa Menor é uma versão mais pequena e ténue da Ursa Maior, e é o lar da Estrela Polar. A constelação data da Antiguidade, e pensa-se que tenha sido introduzida pelo filósofo grego Thales por volta de 600 AC. Desde que o Homem navega no mar que a Polar tem sido uma guia essencial. No entanto a Estrela Polar não é, como muita gente pensa, constante, mas muda gradualmente em cada alguns milhares de anos. O eixo da Terra move-se muito lentamente, completando um círculo em cada 25 mil e 800 anos. Durante este “ciclo precessional” algumas estrelas tomaram a vez de ser a Polar. A estrela polar actual, alpha Ursae Minoris, estará mais perto do pólo em 2102, altura em que estará a 27’31” do Pólo Norte. No entanto, beta UMi (Kochab), a estrela mais brilhante da constelação, está às vezes mais próxima do pólo que alpha, tal como era há 3000 anos atrás. A estrela polar mais brilhante é Vega (alpha Lyrae), que irá assumir a sua posição daqui a 12 mil anos. Outra estrela que periodicamente se torna na Polar é Thuban (alpha Draconis), lugar que não toma há 4600 anos, altura da construção das pirâmides do Egipto. Tradicionalmente os astrónomos amadores têm usado a constelação como um guia para testar a claridade do céu nocturno. As estrelas variam entre a 2ª e 5ª magnitudes (e até 6ª); se estas últimas estrelas são visíveis, está uma boa noite para observação. Ursa Menor tem um bom binário e umas quantas variáveis.

83.Ursa Maior



Características da constelação:


Ursa Maior é uma grande constelação, a terceira maior. É mais conhecida pelo “Arado”, certamente o asterismo mais bem conhecido do céu. A constelação oferece um grande número de objectos, alguns bem conhecidos, outros nem tanto, e uma estrela que há uns anos esteve nas notícias por ter pelo menos um planeta “temperado” à volta dela. As estrelas são razoavelmente brilhantes, e muitas dispersas. Embora a constelação seja muito maior do que costumamos ver, ela estende-se mais para Sul, com xi Ursae Majoris (Alula Australis), perto de Leão e Caranguejo. A constelação em si não tem nenhuma forma memorável; apenas alguns conseguem descobrir mesmo a ursa. Sendo assim, apenas a forma do “Arado” é mais conhecido. As estrelas que o formam são 7, e seguem o alfabeto grego, o que faz com que sejam fáceis de memorizar. Além de alpha Ursa Majoris, do arado fazem parte beta, gamma, delta, epsilon, zeta e eta. Este asterismo particular tem também uma grande história, vista em muitas culturas como uma carroça. As sete estrelas não se estão a mover na mesma direcção, e ao fim de muito tempo, o asterismo irá desaparecer. Na realidade, foi há “apenas” 50 mil anos que se discerniu um bonito arado. Alpha UMa (Dubhe: a ursa), é uma gigante amarela, com cerca de 25 vezes o tamanho do Sol, e a 86 anos-luz de distância. É um pequeno binário, discutido aqui abaixo. Beta UMa chama-se Merak (virilha); gamma é Phecda (côxa), e delta é chamada Megrez (base da cauda). Estas três são estrelas idênticas, todas brancas (tipo A), e todas a 100 anos-luz de distância. Quando nos dirigimos para a cauda, encontramos primeiro epsilon Uma, uma variável tipo alpha-CV, e outra estrela branca tipo A. Chamada Alioth (que não tem tradução adequada), esta estrela é uma das mais brilhantes da constelação, embora uma das mais distantes (se formos pela sua paralaxe). As tabelas mostram uma distância de 64 anos-luz. Este número é ainda discutido e pode ser muito pequeno; a paralaxe indica uma distância de 360 anos-luz. Depois vem zeta Ursae Majoris (Mizar). Esta estrela forma um belíssimo binário com Alcor (80 UMa). Encontra-se a 69 anos-luz de acordo com a sua paralaxe, embora algumas autoridades a ponham mais longe (83 anos-luz). Finalmente temos eta Ursae Majoris, também chamada Benetnasch ou Alkaid. É uma estrela azul-esbranquiçada, um pouco mais afastada que as outras, a 95 anos-luz. Omicron Ursae Majoris é também chamada Muscida, que significa focinho, e marca de facto o nariz da ursa. Muscida tem uma ténue companheira (magnitude 15), uma estrela anã. Perto, temos a orelha da ursa, que é um pequeno grupo de estrelas, sigma1, sigma2, e rho. O binário visual sigma2 é discutido abaixo. Xi Ursae Majoris encontra-se para Sul, perfazendo um pé da ursa. Esta não é só um binário interessante, mas também um marco histórico, pois foi o primeiro binário em que a sua órbita foi calculada (em 1828).


História da constelação:

O nome "Grande Ursa" parece datar da Antiguidade, devido às suas latitudes a Norte. Apenas um prodigioso urso poderia viver em tal clima. É curioso que algumas tribos Norte-Americanas (Algonquin, Iroquois, Illinois e Narragansett, possivelmente entre outras) também associaram esta constelação com um urso gigante. Na mitologia grega, Calisto, filha do Rei Lycaon, foi eleita quando ainda era criança, para ser umas das companheiras de Artemis. Artemis era irmã de Apollo, padroeira do nascimento e protectora dos recém-nascidos e mamíferos. A única coisa que prezava acima de todas era a sua castidade; até pediu a Zeus para ter a virgindade eterna, a que ele concordou. Artemis juntou um número de jovens ninfas, a quem reflectiu os seus próprios votos de castidade, e também pediu fidelidade completa destas jovens mulheres (na realidade, raparigas). Uma delas era Calisto. Zeus tinha o hábito de seduzir jovens amas, e eventualmente chegou a Calisto. Quando Artemis descobriu que Calisto estava grávida, vingou-se. Artemis adorava caçar; mas alcançaria a sua vingança na perseguição. Então transformou Calisto numa ursa. (Lembre-se que Artemis é a mesma deusa que apanhou Actaeon a vê-la dar banho. Transformou-o num veado e lançou os seus cães em sua perseguição. Desfizeram-no em bocados) O plano de Artemis era então transformar Calisto numa ursa, perseguida e morta. Mas Zeus teve pena do seu destino, e enviou Calisto para os céus, tendo a forma de ursa. O seu filho Arcas tornar-se-ia no fundador dos Arcádios, antes de se juntar à mãe nos céus como a Ursa Menor.

82.Tucano

Características da constelação:

Tucano é uma constelação cirumpolar do Hemisfério Sul. Tem muito poucas estrelas, a sua maioria sendo de 4ª ou 5ª magnitudes. A constelação é famosa por conter dois objectos de céu profundo: o grande enxame globular conhecido como 47 Tucanae (NGC 104), e a Pequena Nuvem de Magalhães, uma galáxia irregular vista a olho nu (NGC 292). Existem poucas estrelas de importância em Tucano. Alpha Tucanae é uma gigante laranja a 130 anos-luz de distância. Algumas outras estrelas de interesse são sistemas binários.

81.Triângulo Austral

Características da constelação:

O Triângulo Austral, é uma das únicas constelações que tem um asterismo óbvio. Foi introduzida por Johann Bayer em 1603. A meia-dúzia de estrelas que esta constelação contém varia entre 1.9 e 5.9.

80.Triângulo


Características da constelação:

Triângulo encontra-se a Norte de Aquário. Na antiguidade a sua forma distinta de três estrelas era chama Deltoton. Embora tenha um tamanho pequeno, contém um objecto de Messier, uma ténue galáxia espiral vista de face. As estrelas de Triângulo são ainda mais ténue que as de Aquário.

79.Telescópio


Características da constelação:


É uma pena que o mais importante instrumento para os astrónomos tivesse de estar associado com uma porção tão pequena do céu, praticamente sem nenhum interesse telescópico. Lacaille inventou esta constelação no século XVIII. A Este do ferrão de Escorpião encontra-se a ténue constelação de Coroa Austral. A Sul encontra-se Telescópio. As suas estrelas são geralmente de 4ª e 5ª magnitudes.

78.Touro



Características da constelação:


A constelação mostra principalmente os cornos, que são até um bocado longos. O corno à esquerda (a Sul) começa a partir do grupo de estrelas conhecido como as Híades, da qual Adebaran parece ser (erroneamente) um membro. Extende-se de Aldebaran até zeta Tauri, perto da fronteira Este da constelação. O corno da direita situa-se a Oeste das Híades, de delta Tauri até tau Tauri e finalmente até à sua ponta em beta Tauri. O resto do asterismo é desapontante; um corpo e duas pernas. Pode ser o touro a emergir da água, à medida que transporta Europa até Creta. As estrelas de Touro são brilhantes, particularmente o seu “olho”. Esta é Aldebaran (alpha Tauri), uma estrela laranja 40 vezes o tamanho do Sol. Aldebaran é uma estrela velha. Durante biliões de anos queimou hidrogénio até que resta pouco. O seu futuro não será uma explosão de supernova mas uma diminuição do brilho até que se transforma numa anã branca. Seguindo o corno de baixo até à sua ponta encontramos zeta Tauri. Esta é uma estrela-concha. As estrelas-concha são estrela na sua sequência principal que rodam rapidamente, o que faz com que percam matéria numa forma de concha infinita. A maioria das características de Touro encontram-se no centro da constelação e para Oeste. À volta de Aldebaran existe um número de estrelas que dão pelo nome de Híades. Aldebaran não é um membro deste grupo. Não está só mais perto de nós, mas também tem um ângulo de translacção diferente. Aldebaran está movendo-se a um ângulo de 161º, enquanto que as estrelas das Híades estão a 102-109º.


História da constelação:

Estará Touro a atacar Oríon, o Caçador, ou serão Os Chifres do Touro a sua história real? O chifre foi um símbolo de fertilidade e riqueza em muitas culturas durante milhares de anos, e é provavelmente o caso aqui, pois a constelação anunciava o Equinócio de Verão por volta de 4000 AC. A constelação Touro pode também ser alusiva à história grega de Europa e do Touro. Europa era a filha do rei Agenor. Um belo dia de Primavera, acompanhada pelas suas criadas, a princesa Europa foi passear até à costa para apanhar flores. Zeus, que se tinha apaixonado por Europa, agarrou a oportunidade. Transformou-se num magnífico touro branco, e juntou-se à manada do rei Agenor. Europa tinha reparado neste espantoso animal. Europa então enrolou coroas de flores à volta dos seus chifres. Levou-o ao prado, dócil como um carneiro. Então, à medida que se dirigiam até à costa, ela saltou para os seus ombros. De repente, para o seu espanto e medo, o touro saltou para o mar e levou a princesa até Creta. Quando chegaram à costa de Creta, Zeus transformou-se numa águia e “violentou” Europa. Teve três filhos, o primeiro dos quais era Minos. Pensa-se que foi Minos que introduziu o culto do Touro em Creta. Fez com Dédalo construísse um labirinto nas profundezas do seu palácia em Knossus, que se tornou na casa do Minotauro (o filho da mulher de Minos, Pasiphae, e um touro). Sete jovens rapazes e sete amas foram sacrificadas ritualmente ao Minotauro até que Teseu o matou. Minos, na realidade, era o título do antigo governador de Creta, e a história provavelmente conta a sua origem mítica.

77.Sextante


Características da constelação:


Sextante é uma das constelações inventadas por Johannes Hevelius, e publicada postumamente em 1690. Para mais informações sobre Hevelius, ver “Lagarto”. Hevelius usava mais o sextante que o telescópio nas suas observações. Sendo assim, para comemorar este instrumento, criou esta constelação. O asterismo é apenas duas linhas rectas. As suas estrelas são de 3ª e 4ª magnitudes.

76.Serpente


Características da constelação:

Esta é a segunda parte do grupo de Ofiúco-Serpente. A serpente está a ser agarrada por Ofiúco. Sendo assim, a constelação enrola-se à volta de Ofiúco, e está dividida em duas partes: Serpens Caput (a cabeça) e Serpens Cauda (a cauda). A constelação espalha-se por uma região do céu maior que a de Ofiúco, mas tem menos características de interesse. No entanto, existem alguns objectos de Messier e alguns bons binários. Não há nenhum bom asterismo em Serpente, e pode levar algum esforço para ver que estrelas pertencem a esta constelação, e quais a que pertencem a Ofiúco. A estrela mais brilhante , alpha Serpentis, é chamada Unukalhai, o que quer dizer “pescoço da Serpente”. Fica a 67 anos-luz de distância, e é aproximadamente dez vezes maior que o Sol.

75.Escudo


Características da constelação:

Escudo foi inventado pelo astrónomo polaco Johannes Hevelius, e foi colocada no seu catálogo póstumo de 1690, o Prodromus Astronomiae, em conjunto com Cães de Caça, Lagarto, Leão Menor, Lince, Sextante e Vulpécula. Estas novas constelações tornaram-se mais conhecidas depois de terem sido aceites por John Flamsteed no seu catálogo publicado em 1725. O seu nome próprio é Scutum Sobiescianum, o Escudo de Sobieski, pois a constelação presta homenagem a Jan Sobieski. O asterismo, muito ténue, parece-se de facto com um simples escudo. Tem poucas estrelas de interesse, dois objectos de Messier e uma variável sem importância.

História da constelação:

Jan Sobiesky (1629 – 1696) era o filho mais velho de Jakob Sobiesky, de Cracóvia. Era um líder militar brilhante, e em 1665 tinha-se tornado no comandante do exército polaco. A maior ameaça para a Polónia naquela época (mesmo até para a toda a Europa Central) eram os Turcos. Enquanto Sobieski tentava expulsar os Turcos, os enviados do rei Polaco cederam o todo da Ucrância à Túrquia. No entanto Sobieski, vitória após vitória, continuava. Em Novembro de 1673 o rei morreu. Sobieski deixou a linha da frente e apresentou-se como candidato para o trono em Varsóvia (o reinado era uma posição eleita). Em Maio de 1674 tornou-se no Rei Jan III. Sobieski regressou ao seu antigo posto de comandante, e depois de uma luta de quase dez anos, assinou o Tratado de Varsóvia com Leopoldo I. Com este tratado, Sobieski salvou a Europa dos Turcos. Liderando pessoalmente a cavalaria Polaca, a 12 de Setembro de 1683, quebrou o cerco turco em Viena, e libertou a Húngria do jugo dos Turcos. Sete anos mais tarde Hevelius comemorou estes eventos com a inclusão de Scutum Sobiescianum nos céus.

74.Escultor


Características da constelação:

Escultor é uma daquelas obscuras constelações inventadas por Nicolas Louis de Lacaille para encher o céu do Hemisfério Sul. O seu nome completo é “L’Atelier du Sculpteur”. As suas estrelas são geralmente de 4ª e 5ª magnitudes. A constelação tem dois binários com orbitas muito longas, um par de boas estrelas variáveis, e algumas galáxias espirais.

73.Escorpião



Características da constelação:


Escorpião é uma das constelações mais antigas – possivelmente até um dos 6 signos do zodíaco originais. Enquanto o Sol atravessa Escorpião, demora apenas 9 dias a fazê-lo; a maioria do tempo é passada na vizinhança de Ofiúco (que é a única constelação em que o Sol entra e que não faz parte do zodíaco). O asterismo de um gigante “S” foi visto em muitas culturas antigas como um escorpião, possivelmente originário de conquista cultural ou influência. As duas estrelas lambda e upsilon, ambas chamadas “O Ferrão” em Árabe, tradicionalmente formam o ferrão, embora alguns mapas estelares mostram actualmente a vizinha G Scorpii como um deles. A constelação foi anteriormente muito maior, mas a porção Oeste representando as garras foi dada a Balança. É uma das constelações mais brilhantes do conjunto das maiores. Alpha Scorpii é mais conhecida como Antares (“Rival de Marte”). Era uma das quatro estrelas reais dos antigos, em conjunto com Aldebaran, Régulo, e Fomalhaut. Brilha com um vermelho metálico não usual enquanto que a região inteira está banhada por uma nuvem avermelhada, iluminada pela mesma estrela. Esta gigante supervermelha tem um binário visual que risca o visível, dependendo das condições locais de observação e do tamanho do telescópio. Estima-se que a estrela tenha um diâmetro entre 285 e 700 diâmetros solares. Encontra-se a 600 anos-luz. A 1º Oeste (a cerca de metade da distância até sigma Sco) está o brilhante enxame globular M4, enquanto que outro enxame globular, M80, encontra-se a 4 graus Norte-Noroeste de Antares.


História da constelação:

Como foi mencionado em Oríon, Gaia pode ter enviado o Escorpião para matar o famoso caçador, pois tinha jurado livrar a Terra de todos os animais selvagens. Ou então Apollo pode ter contado isto a Gaia, receoso que Oríon tivesse desígnios para com as suas irmãs Artemis.
Em qualquer caso, foi Gaia que enviou o Escorpião para matar Oríon. Mais tarde, este animal perseguiria Oríon através dos céus, mas nunca o conseguiria apanhar, pois o Escorpião foi colocado de tal maneira que quando nascesse no horizonte a Este, Oríon já se teria posto a Oeste.

72.Sagitário



Características da constelação:


Foram os Romanos que deram o nome à constelação de Sagitário (Sagitário deriva do latim “flecha”), embora algumas estrelas tenham nomes árabes que identificam a porção da constelação que representam:
Alpha Sagittarii e chamada Rukbat: (Rukbat al Rami = o joelho do arqueiro), e beta Sgr é Arkab (Tendão).
O arco consiste de três estrelas:
Lambda Sgr: Kaus Borealis = o arco (parte do) Norte
Delta Sgr: Kaus Meridionalois = o arco (parte do) do meio
Epsilon Sgr: Kaus Australis = o arco (parte do) Sul
A ponta da flecha é gamma Sgr (Al Nasl = a ponta)
Enquanto que o asterismo do arco é aparente, é preciso alguma imaginação para ver o semi-homem, semi-monstro a arregaçar o fio. Talvez ajude saber que zeta Sagittarii chama-se Ascella (o cotovelo do arqueiro), enquanto que nu Sgr é Ain al Rami: o olho do arqueiro. As suas estrelas são geralmente de terceira e quarta magnitudes. As estrelas mais brilhantes são epsilon Sgr, enquanto que alpha Sgr é quase de magnitude 4. Na realidade, existem 14 estrelas mais brilhantes que alpha. A constelação tem um número de bons binarios, e alguns objectos de céu profundo soberbos.


História da constelação:

Sagitário tem uma história confusa. Nos tempos antigos o asterismo de três brilhantes estrelas numa linha curva era visto como um arco para alguns, o que levou os escritores Gregos e Romanos a confundir a constelação com Centauro. Como foi dito em Centauro, a constelação (em parte) representa Cheiron, o rei dos Centauros. Sagitário é também um semi-homem, semi-monstro, que se diz que foi posto no céu para guiar os Argonautas nas suas viagens. Outros dizem que a constelação foi inventada pelos Sumérios, que Nergal (o deus supremo da guerra) encontra--se em duas inscrições cuneiformes. No entanto, esta interpretação está aberta ao debate, pois Nergal não está necessariamente ligado a um arco. No épico Gilgamech, Nergal é um dos “sete deuses” a quem sacrificaram uma ovelha e um boi. O seu nome, em Sumério, significa “Deus do Sub-Mundo”. Existem algumas histórias que podem dizer algo mais sobre este deus. Hammurabi, o grande dador da Lei (século XVIII AC) chamava-o “o guerreiro sem rival que levou a vitória” àqueles que resistiram às suas leis. Também era conhecido como o deus das pragas e da destruição. No entanto, considerar Nergal como o protótipo do Arqueiro parece ser “esticar a vara à sardinha”. Por qualquer razão, quando o selectro grupo de doze constelações foi codificado algures no terceiro milénio antes de Cristo, o Arqueiro era um deles.

71.Flecha


Características da constelação:

A Flecha, embora pequena e insignificante, era uma constelação conhecida pelos Gregos. Algumas referências indicam que Sagitário, o Arqueiro, disparou a flecha (aparentemente sem um alvo); outros falam de Cúpido, Hércules e Apolo. O que quer dizer que não existe um mito ligado a Flecha. A constelação tem um número de objectos interessantes, incluíndo alguns sistemas múltiplos e um objecto de Messier. As estrelas do asterismo variam entre 3.5 e 6.5. De notar que a estrela mais brilhante é gamma Sagittae.

70.Retículo #

69. Bússola #

68.Quilha



Características da constelação:


Quilha é o lar de Canopus (alpha Carinae), a segunda estrela mais brilhante do céu. O seu nome pensa-se que vem do piloto da frota de navios do Rei Menelaus. Este era o Rei de Esparta que levou os seus habitantes a lutarem por Helena de Tróia; o prémio era Helena em pessoa, que se tornou a sua rainha. De Canopus, o piloto, diz-se que morreu no Egipto depois da queda de Tróia. Canopus - a estrela - era conhecida na Antiguidade como a Estrela de Osíris e adorada em muitas culturas antigas. Esta era a estrela que Posidonius usou em Alexandria, por volta de 260 AC, pois tornou-se a primeira pessoa a calcular um grau da superfície da Terra. Enquanto que é a estrela mais brilhante do Hemisfério Sul, Canopus não é visível para as pessoas a viver a norte da latitude 30. Sendo assim, a Europa a norte de Lisboa não pode ver a estrela, e na América do Norte a estrela é visível apenas aos que vivem a Sul de uma linha desenhada entre São Francisco e Washington D.C., dependendo da topografia local, é claro. Para os habitantes do Hemisfério Sul, Canopus anuncia o começo do Verão, pois culmina a 27 de Dezembro. Canopus é uma supergigante com cerca de 35 vezes o diâmetro do Sol. Anteriormente ao satélite Hiparco, a distância a Canopus era difícil de calcular, com estimativas entre 160 até 1200 anos-luz. O satélite calculou a distância a 313 anos-luz (96 parsecs). A estrela tem uma luminosidade de mais de 12000. Existem umas poucas estrelas de Bayer, pois esta constelação é apenas parte de uma originalmente muito maior. O objecto mais interessante da constelação é Eta Carinae: uma estrela misteriosa que muda a sua magnitude muito irregularmente, de um -0.8 em 1843 até um ténue 7 em meados de 1870. A sua magnitude visual presente é de 6.21. A magnitude absoluta da estrela tem sido difícil de saber. Se utilizarmos a distância de 2000 parsecs, como algumas autoridades dizem, então chegamos a uma magnitude absoluta de -5.3 (e uma distância de 6500 anos-luz). Por outro lado Burnham diz que é -3.3, a uma distância de 2600 anos-luz. A estrela é considerada, ou uma estrela muito jovem, não estando ainda na sequência principal, ou uma muito antiga, aproximando-se do seu fim. Presentemente a segunda teoria parece mais evidente. Quando finalmente morrer, pode criar uma das maiores supernovas já vistas. Eta Carinae é associada com a Nebulosa do Buraco da Fechadura.


História da constelação:

Quando os gémeos Pollux e Castor partiram com Jasão e os restantes Argonautas, eles viajaram no Argo, um navio construído por Argus. Este navio, equipado com 50 remos, onde estavam os 50 melhores homens da Grécia a manejá-los. Navegavam para Colchis, que era a costa Este do Mar Negro. Depois de muitas aventuras Jasão (com a ajuda de Medeia) roubou o Tosão do dragão e navegaram de volta a casa. Diz-se que Atenas comemorou o evento ao pôr o navio, Argo Navis, no céu numa gigante constelação abaixo e a Este de Cão Maior. Sabe-se que o catálogo de Edmund Halley das estrelas do Hemisfério Sul, Catalogus Stellarum Australium (1679), introduziu Argo Navis ao mundo. Em 1763, o trabalho póstumo de Nicolas Louis de Lacaille, Caelum Australe Stelliferum, deu-nos muitas das constelações que agora conhecemos no Hemisfério Sul. Lacaille dividiu o gigante Argo Navis em três constelações: a Quilha, a Popa e a Vela.

67.Peixe Austral


Características da constelação:

Piscis Austrinus, também conhecido como Piscis Australis, é um peixe deitado de costas, bebendo as águas derramadas dos vasos de Aquário. O asterismo deixa tudo um pouco à imaginação de cada pessoa. A constelação era conhecida nos tempos antigos, e pensa-se que seja o “Peixes” original. Pensa-se também que a constelação refere-se ao deus peixe Dagon da cultura Assíria e ao deus Babilónio Oannes. Até os Árabes a chamavam Al Hut al Janubiyy (O Grande Peixe do Sul). A brilhante estrela Formalhaut (alpha PsA) era assim chamada do Fum al Hut, que significa “A Boca de Peixe”, embora tenha carregado outros nomes, incluíndo Al Difdi al Awwal (“A Primeira Rã”). Existem uns quantos bons binários, como também uma anã vermelha com o 4º maior movimento de translação. À excepção de Fomalhaut, todas as outras estrelas da constelação são de quarta ou quinta magnitude.

66.Peixes



Características da constelação:


Peixe é descrito como dois peixes ligados pelas suas caudas na estrela alpha Piscium. De facto, o nome desta estrela, “Al Rischa”, significa “o cordão”. A constelação é mais ou menos ténue: as estrelas de Peixe são geralmente de quarta magnitude. Existem uns quantos bons binários, uma variável interessante e um objecto de Messier; uma espiral esplêndida, que infelizmente é muito ténue e um desafio para telescópios pequenos.


História da costelação:

Peixes é uma constelação antiga derivada, segundo alguns dizem, da história do terrível deus grego Typhon Typhon nasceu de Gaia (a Mãe Terra) e Tartarus. Era o filho mais novo de Gaia, mas de longe o mais mortífero e o maior monstro jamais concebido. As suas ancas eram serpentes gigantes; os seus braços podiam abraçar os céus, e a sua cabeça (com a forma de uma cabeça de burro) tocava as estrelas. Quando voava, as suas asas tapavam a luz do Sol, e quando abria a sua boca, saíam pedregulhos em fogo. Typhon era tão terrível que até os deuses do Olimpo recusavam a enfrentá-lo, fugindo para o Egipto quando Typhon atacava a sua montanha. Cada deus se disfarçava de um animal: Zeus transformava-se (.........), Dionísio numa cabra, e daí por diante. Afrodite e Eros disfarçavam-se ambos de peixes e nadavam Nilo acima para escapar ao monstro. Typhon eventualmente foi derrotado, em grande parte devido à bravura de Atena, que convenceu Zeus a segurar nos seus relâmpagos e fazer-lhe frente. Typhon na realidade capturou Zeus e colocou-o numa caverna, mas Hermes e Pan conseguiram libertá-lo. Para resumir esta longa história, Zeus levou a batalha até Typhon, perseguindo-o até à Sicília. Aí Zeus atirou o Monte Aetna ao monstro, que finalmente pereceu. Mas por baixo da terra, o monstro enterrado ainda cuspia fogo de vez em quando (talvez referindo-se a um vulcão?). O mito mais cedo ou mais tarde mudou-se para Itália, enquanto pode também ter origem na antiga cultura dos Hititas, tal como referências a erupções vulcânicas ao longo do arquipélago Egeu. No que respeita a Afrodite e Eros, que escaparam da ira do monstro, foi-lhes dado um lugar nos céus, com a imagem dos dois peixes, comemorando assim a altura em que Typhon quase mandou no Olimpo. Mais tardes algumas culturas ligaram os dois peixes com a história bíblica do milagre dos peixes e dos pães.

65.Pincel


Características da constelação:

Pincel é uma invenção de Nicolas Louis de Lacaille, que originalmente chamou à constelação "Le Chevalet et la Palette" (O pincel do pintor e a palette). As estrelas de Pincel são ténues. No entanto existem alguns objectos de interesse, incluindo a segunda mais rápida estrela conhecida.

64.Fénix


Características da constelação:

Fénix, o pássaro místico que nasce das suas próprias cinzas, é outra das constelações do Hemisfério Sul introduzidas por Johann Bayer em 1603. No passado a constelação era conhecida como "O Barco" pelo Árabes, mas depois tornou-se numa águia ou noutro tipo de ave, e por conseguinte a decisão de Bayer de lhe chamar Fénix tem uma precedência vaga. O asterismo parece-se de facto com uma grande ave. As suas estrelas são no geral entre 3ª e 5ª magnitudes. Existe um número de binários e algumas variáveis, incluindo uma importante anã Cefeida.